Na competição às cegas organizada pelo guia, com 831 amostras de azeites de diversos países, o Sabiá foi avaliado em critérios como intensidade, qualidade do frutado, amargor, picância, equilíbrio, persistência e complexidade. O rótulo conquistou 98 pontos em uma escala de 0 a 100.
Essa é a quinta vez consecutiva que o azeite Sabiá figura entre os melhores do mundo no Flos Olei, que em 2025/2026 chega à sua 16ª edição.
Além dessa distinção, o Brasil teve nove azeites incluídos na seleção principal do guia nesta edição. As marcas destacadas além do Sabiá foram: Prosperato, (RS) com 97 pontos; Lagar H (RS) e Estância das Oliveiras (RS) cada uma com 93; Capela de Santana (RS) com 90; Bem te Vi (RS) com 89; Al-Zait e Co. (RS) com 87; Verolí (MG) com 86; e Borriello (MG) com 81 pontos.
Vale ressaltar que, do total de mais de 800 amostras submetidas, apenas azeites com 80 pontos ou mais são incluídos no guia.
Nesta edição, participaram cinco continentes e azeites de 57 países, mas a seleção ficou restrita a cerca de 500 fazendas consideradas de “excelência”.
Em comunicado, Bia Pereira, fundadora da Fazenda do Azeite Sabiá ao lado de Bob Costa, declarou que essa conquista “é a recompensa pelo nosso empenho diário e, sobretudo, a prova de que o Brasil também produz azeites de excelência”.
O azeite é um dos alimentos mais antigos da humanidade, ligado tanto à cultura alimentar quanto a rituais religiosos e simbólicos.
Há registros de oliveiras cultivadas há mais de seis mil anos na região do Mediterrâneo, especialmente em países como Grécia e Egito, além da região da Palestina.
Além de ser utilizado na cozinha, o óleo extraído da azeitona já serviu como combustível para lamparinas, unguento em cerimônias religiosas e até como medicamento em práticas da Antiguidade.
A produção do azeite se inicia no cultivo da oliveira, árvore resistente que pode viver por séculos.
As azeitonas são colhidas no ponto ideal de maturação - nem verdes demais, nem excessivamente maduras - e levadas rapidamente ao lagar para evitar a oxidação. O processo de extração tradicional envolve a trituração das frutas, que libera uma pasta composta por óleo, água e sólidos. Em seguida, essa mistura é prensada ou centrifugada para separar o azeite puro.
O resultado é o chamado azeite extravirgem, considerado de maior qualidade, pois preserva ao máximo os compostos aromáticos e antioxidantes naturais.
A classificação do azeite depende de sua acidez e do método de extração. O extravirgem deve ter acidez inferior a 0,8% e não pode apresentar defeitos sensoriais. Já o azeite virgem pode chegar a 2% de acidez, enquanto óleos refinados ou lampantes passam por processos químicos para se tornarem aptos ao consumo.
Essa diferenciação impacta não só o sabor, mas também os benefícios à saúde, já que o extravirgem é rico em ácidos graxos monoinsaturados e polifenóis, associados à proteção cardiovascular.
Ao longo da história, o azeite tornou-se símbolo da dieta mediterrânea, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como uma das mais equilibradas do planeta. Em países como Espanha, Itália, Portugal e Grécia, ele é parte do cotidiano, seja no preparo de pratos quentes, seja como condimento consumido cru.
Hoje, seu cultivo e produção se expandiram para diversas regiões, inclusive no Brasil, onde estados do Sul e de Minas Gerais vêm conquistando destaque internacional pela qualidade dos azeites produzidos.
Entre as curiosidades, está o fato de a oliveira ser uma das árvores mais citadas em textos religiosos, representando paz e prosperidade. Outro aspecto notável é sua longevidade: há exemplares na região do Mediterrâneo com mais de dois mil anos ainda em produção.
Além disso, o sabor e o aroma de um azeite variam conforme a variedade da azeitona, o clima, o solo e até a altitude onde a árvore é cultivada, o que aproxima essa produção da lógica de vinhos finos.
Combinando tradição milenar, versatilidade gastronômica e comprovados benefícios à saúde, o azeite mantém-se como um dos alimentos mais prestigiados do mundo. Seu valor ultrapassa a cozinha, evocando história, cultura e identidade de diferentes povos ao longo do tempo.