Cidades

Bombeiro furta viatura e é parado a tiros próximo ao Congresso Nacional

O militar furtou um caminhão do Corpo de Bombeiros em Ceilândia. Equipes da PM o perseguiram e o detiveram antes que ele chegasse ao Congresso. Ele responderá por quatro crimes

Renato Alves, Ana Viriato
postado em 03/12/2017 08:27
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Um bombeiro militar pegou um caminhão em um quartel da corporação em Ceilândia, saiu dirigindo em alta velocidade em direção ao Plano Piloto e só parou na Esplanada dos Ministérios, perto do Congresso Nacional, após policiais militares acertarem tiros nos pneus da viatura.
O crime aconteceu na madrugada deste domingo (3/12). A viatura, um caminhão de água usado em combate a fogo, parou pouco depois da Catedral de Brasília, por volta de 1h50, na via S1, sentido Congresso. Após o motorista perder o controle da direção, o veículo rodou, quase tombou e ficou parado na contramão, ao lado do canteiro central.
O suspeito é o 2; sargento Fabrício Marcos de Araújo, que, após ser detido, . Em depoimento, testemunhas afirmaram que ele manifestou o desejo de causar danos no Congresso Nacional. Uma das pessoas ouvidas na investigação disse que, em mensagem pelo WhatsApp, Fabrício manifestou o desejo de explodir a viatura no Congresso Nacional.
Depoentes também disseram que o acusado parecia estar embriagado. O Correio apurou que ele se recusou a fazer o teste do bafômetro. E, no Instituto Médico Legal, ele se recusou a fazer exames toxicológicos de sangue e urina que poderiam constatar a presença de álcool ou outras drogas.
Inicialmente, o 2; sargento responderá por quatro crimes, segundo nota da Secretaria de Segurança Pública e Paz Social, que descarta, a princípio, a possibilidade de intenções terroristas. Ele foi enquadrado nos crimes de furto qualificado, desobediência, danos ao material da administração militar e tentativa de dano, conforme previsto no Código Penal Militar.
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Motivação desconhecida

Ainda não se sabe o que levou o bombeiro a tomar tal atitude, nem qual era a intenção dele. Araújo foi levado por policiais militares ao 1; Batalhão do Corpo de Bombeiros, sem ferimentos. Um bombeiro major, oficial de plantão na unidade, deu a voz de prisão.
A Polícia Militar informou que o suspeito tem 44 anos e é lotado no 8; Grupamento de Bombeiro Militar. O Corpo de Bombeiros ainda não se pronunciou sobre o caso. Nem a Polícia Civil, que enviou peritos ao local ainda na madrugada e abriu um inquérito.
Um amigo do suspeito contou ao Correio que ele não dava nenhum sinal de que podia agir dessa maneira. "Até ontem ele estava ótimo", disse, sem querer se identificar. Esse conhecido também assegurou que o bombeiro não tinha intenção de ferir nenhuma pessoa. "Ele não é terrorista."

15 carros envolvidos na perseguição


O cerco e a perseguição, que envolveram 15 carros da Polícia Militar do DF, foram filmados e narrados pelos envolvidos. Os vídeos, ao qual o Correio teve acesso, mostram a tensão. Os PMs da Rotam e da Patamo, que iniciaram a perseguição na via Estrutural, demonstravam a preocupação de haver um refém no caminhão do Corpo de Bombeiros. Eles só decidiram atirar após constatar que não tinha ninguém além do motorista.

Enquanto um policial se assegurava de que não havia civis ou militares na linha de fogo, o outro fazia a mira, com o carro da PM em alta velocidade. Depois de alguns minutos, finalmente, o atirador comemorou o sucesso dos disparos. Tiros acertaram primeiro pneus dianteiros do caminhão. Em seguida, atingiram os traseiros. Sem estabilidade, a viatura derrapou e os policiais militares conseguiram deter o bombeiro.

Ninguém se feriu. No momento do crime, a Esplanada estava fechada parcialmente ao trânsito de veículos devido a um evento esportivo marcado para a manhã deste domingo.

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