CORREIO DEBATE

Seminário no Correio vai discutir monitoramento e combate a garimpos ilegais

Segmento dedicado à produção legal do metal cria sistema de rastreabilidade para identificar a procedência do produto. Seminário vai discutir políticas de monitoramento e de combate a garimpos ilegais

Raphael Pati*
postado em 12/05/2023 03:55
 (crédito: Reprodução/iStock)
(crédito: Reprodução/iStock)

Com o aumento dos garimpos ilegais de ouro em territórios inapropriados, como reservas indígenas, o setor dedicado à produção legal se reinventa, com técnicas que permitem maior rastreabilidade para identificar a procedência do metal. Empresas que gerenciam refinarias investem cada vez mais em tecnologias para suprir essa necessidade, como é o caso da North Star, que, em breve, vai inaugurar uma nova refinaria em Belém (PA), prometendo modernidade e sustentabilidade.

A empresa contará com um Selo Amarelo para certificar as mineradoras que serão atendidas pela nova refinaria de metais preciosos e garantir a boa procedência dos produtos.

"Tudo o que entrar e sair vai ter uma codificação na própria barra, seja para uma indústria de jóias, seja para exportação, de modo a identificar todo o caminho e a auditoria do ouro. Cada grama que sair terá essa identificação", explica o CEI da empresa, Maurício Gaioti.

O executivo será um dos participantes do Correio Debate, na próxima terça-feira (16/5), que terá como tema Os Caminhos do Ouro. A live será transmitida pelas redes sociais do Correio Braziliense, em tempo real.

O esforço da North Star faz parte de uma estratégia para garantir que o ouro produzido tenha confiabilidade, tanto no fornecimento ao mercado interno quanto na exportação. "Com esse preparo, por meio dessa tecnologia, o ouro é padronizado e pode ser fornecido para as principais bolsas nacionais, para indústrias de tecnologia, que o utilizam como insumos para a fabricação de outros produtos. Então, a gente purifica, padroniza, cria ligas metálicas para a indústria joalheira", destaca Gaioti.

Com a divulgação no exterior das notícias sobre exploração ilegal de ouro, nos últimos anos, o Brasil busca superar a má fama e ser reconhecido como bom produtor de metais preciosos. Atualmente, o país é o 13º maior produtor de ouro no mundo, segundo o estudo Mineral commodity summaries 2019. Para o presidente da Federação das Cooperativas de Mineração do Estado de Mato Grosso, Gilson Camboim, que também estará presente no Correio Debate, o Brasil tem capacidade para expandir a produção.

Diversidade

"O país tem capacidade de subir muito no ranking da produção mineral, até porque tem uma diversidade muito grande de bens minerais. Quando se fala de atividade garimpeira, não é só ouro. Temos vários outros bens minerais que são de relevância para o país", comenta.

Contudo, Camboim acredita que o cenário ainda não é muito positivo, e cita as agências reguladoras como principais entraves para a expansão do comércio legal de ouro no país e a exportação do produto. Segundo ele, a falta de profissionais na Agência Nacional de Mineração (ANM) contribui para esses desafios.

"A ANM está desfalcada de profissionais e operando, praticamente, com apenas 30% da sua capacidade técnica. Ela está desfalcada em questão de recursos e também de igualdade salarial", avalia.

*Estagiário sob a supervisão

de Odail Figueiredo

 


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