Exemplo

Perfil dos campeões: conheça os primeiros lugares do vestibular da UnB

Melhores colocados na seleção desse ano contam suas histórias de vida, rotinas de estudo e dão dicas para um bom desempenho na prova

Bruno Azambuja*
postado em 30/01/2024 17:56 / atualizado em 05/02/2024 21:50
Daniel Moreira, 18 anos, conta que sempre se sentiu vocacionado para medicina. "Quanto menos peso você colocar nas suas costas, melhor vai se sair", diz -  (crédito: Arquivo Pessoal)
Daniel Moreira, 18 anos, conta que sempre se sentiu vocacionado para medicina. "Quanto menos peso você colocar nas suas costas, melhor vai se sair", diz - (crédito: Arquivo Pessoal)
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Ser aprovado no vestibular de uma universidade federal é uma conquista fruto de muito esforço por parte dos estudantes e também de suas famílias, escolas e comunidades. Por trás de cada nome que compõe a tradicional lista afixada anualmente nos corredores da Universidade de Brasília (UnB), estão histórias de milhares de brasilienses que sonham com um futuro de satisfação profissional, sucesso ou ascensão social. O Correio conversou com alguns dos primeiros colocados do vestibular da UnB deste ano, em diferentes câmpus, para conhecer suas estratégias de estudos e expectativas para essa nova etapa da vida.

Henrique Querino de Oliveira, 17 anos
Henrique de Oliveira, 17 anos, foi o segundo lugar geral da UnB. Aprovado em medicina, vai seguir a carreira da mãe (foto: Arquivo Pessoal)

Henrique Querino de Oliveira, 17 anos, é um deles. Aprovado em segundo lugar no Campus Darcy Ribeiro da UnB, para o curso de medicina. Henrique segue a trilha dos pais para continuar a história de sucesso da família: a mãe é especialista em citopatologia e professora de medicina na Escola Superior de Ciências da Saúde, e o pai é analista de sistemas do Senado.

Além dos pais, o jovem também tem como referência de seus irmãos mais velhos: "Minha irmã também cursa medicina na UnB e meu irmão faz ciência da computação. Tenho eles como minha inspiração."

Aluno dedicado, desde o quinto ano do ensino fundamental, quando estudou para passar na prova do Colégio Militar de Brasília, Henrique se destacava na escola. "Eu não mudei minha rotina para estudar especificamente para o vestibular, pois naturalmente já estudava para gabaritar qualquer prova que eu fosse fazer", conta.

Vocação

Daniel Assunção Aires Moreira, 18 anos, passou em terceiro lugar no vestibular para o campus Darcy Ribeiro, e entrou para medicina. "É a realização de um sonho", comemora. O estudante conta que sempre se sentiu vocacionado para o curso: "Desde pequeno gostava da ideia de fazer medicina, mas foi depois da pandemia, quando eu estava no 9º ano do ensino fundamental, vendo o esforço dos médicos e entendendo a importância da profissão, que eu tive a certeza que queria aquilo pra minha vida."

Daniel Assunção Aires Moreira, 18 anos
Daniel Moreira, 18 anos, conta que sempre se sentiu vocacionado para medicina. "Quanto menos peso você colocar nas suas costas, melhor vai se sair", diz (foto: Arquivo Pessoal)

Desde os seus 14 anos, o jovem se preparava para o vestibular com metas semanais de revisão de conteúdos e simulados. "Acredito que há três pilares super importantes para o vestibular: saúde mental, velocidade e base de dados", explica. Daniel diz que é necessário estar com a cabeça tranquila, ser ágil durante as provas para resolver as questões e ter um alto nível teórico para solucionar os problemas. "Creio que a aprovação começa pelo seu pensamento. Eu nunca duvidei que iria conseguir passar", diz.

O novo aluno da UnB relata o sentimento de orgulho e realização: "Ver o meu nome aprovado e entre os primeiros da prova foi muito emocionante". Antes de iniciar o semestre e começar sua nova vida na universidade, Daniel vai aproveitar o tempo de férias que ainda tem para curtir e viajar com a família.

Superação

Ana Maria Evangelista Ferreira Brito, 22 anos, passou em primeiro lugar no vestibular para o campus de Planaltina da Universidade de Brasília. Estudante de química da UnB desde 2020, quando conseguiu a vaga através do Programa de Avaliação Seriada (PAS), Ana Maria resolveu prestar outro vestibular para tentar ingressar no curso de ciências naturais. "Eu tinha na minha cabeça que iria passar, mas fiquei impressionada quando me ligaram contando o resultado", lembra.

A universitária conta que não teve uma rotina de estudos focada para a prova, mas que o curso de química a ajudou a ter familiaridade com as questões. "As matérias que eu cursei na faculdade me ajudaram muito nas questões de ciências. Eu costumo ler bastante no meu dia a dia e tenho muito conhecimento sobre atualidades, isso com certeza também foi um diferencial", afirma.

Ana Maria Evangelista Ferreira Brito, 22 anos
É a segunda vez que Ana Maria Brito, 22 anos, é aprovada na UnB. Orgulho da mãe, auxiliar de serviços gerais, a garota superou um AVC durante a pandemia (foto: Arquivo Pessoal)

Em 2020, durante a pandemia, Ana sofreu um AVC, e encontrou muito apoio em sua irmã e em sua mãe para dar a volta por cima. "Foi um período difícil, mas graças a Deus consegui superar e hoje estou vivendo mais essa conquista."

Ela comenta que a mãe se sacrificou muito, ao longo da vida, para lhe proporcionar o privilégio de somente estudar. "Minha família não tem luxo, vivemos uma vida simples. Minha mãe trabalha como auxiliar de serviços gerais, mas jamais nos deixou passar alguma necessidade e faz questão que a gente foque apenas nos estudos."

Ana diz que toda superação a ajudou a encarar o vestibular e outros desafios com tranquilidade: "Mesmo se o resultado fosse negativo, eu ficaria tranquila e iria tentar de novo na próxima vez." Orgulhosa com o resultado, a estudante sonha em terminar o curso para tentar uma vaga na carreira pública: "Quero terminar o curso, dessa vez, para focar nos concursos públicos e ter uma vida mais estável."

Preparo

Os estudantes concordam que a autoconfiança é um fator determinante para um bom resultado no vestibular. "Muitos candidatos são afetados pelo nervosismo durante a prova. Quanto menos pressão você colocar nas suas costas, melhor será seu rendimento", afirma Daniel.

Para Henrique, durante a preparação, é importante confiar no próprio método e levar o processo de estudos com uma dose de paciência. Ele conta que aparentava estar atrás dos seus colegas, devido aos resultados dos simulados, mas nunca deixou de acreditar que estava no caminho certo. "Já na hora da prova, uma técnica que me ajudou muito foi não deixar nenhuma questão em branco. Tentava ao máximo achar soluções para os itens da prova, e quebrava a cabeça para responder tudo", explica.

*Estagiário sob a supervisão de Priscila Crispi

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