Brasil

Witzel diz que investigará com ''rigor'' a morte da menina Ágatha no Rio

Esta é a primeira vez que o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, se pronuncia sobre a morte da menina Ágatha Félix, de 8 anos, no Rio de Janeiro

Deborah Fortuna
postado em 23/09/2019 15:22

Governador do RJ, Wilson Witzel, se pronuncia 72 horas após morte de menina Ágatha Três dias após o assassinato da menina Ágatha Félix, de oito anos, no Rio de Janeiro, o governador Wilson Witzel falou pela primeira vez sobre o crime em coletiva de imprensa no Palácio Guanabara, na manhã desta segunda-feira (23/9).

Em discurso ao lado do secretário da Polícia Civil do RJ, Marcus Vinícius Braga, e do coronel Rogério Figueredo, secretário da Polícia Militar, Witzel afirmou que irá investigar "com rigor" a morte da menina, e culpou o crime organizado pelos confrontos no estado.

"Infelizmente eles agem sem pudor, sem qualquer sentimento pela vida alheia e provocam a polícia com disparos de arma de fogo, provocam operações", disse. "A polícia sempre age na legítima defesa da sociedade. Eu reafirmo que as investigações vão ser conduzidas com grande rigor", acrescentou.

[SAIBAMAIS]Witzel começou o discurso afirmando que é pai de uma menina de nove anos, e que presta "solidariedade aos pais e aos familiares [de Ágatha], que Deus a receba, um anjo que se foi e certamente deixará saudade". O governador afirmou que, durante o fim de semana, chegou a conversar com autoridades sobre o caso. Entre eles, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Apesar de garantir as investigações, Witzel reforçou dados que mostram queda de homicídios no Rio de Janeiro neste ano, e elogiou o trabalho das políticas de segurança no Estado. "Tenho certeza de que vamos superar as dificuldades, como estamos superando. Tenho certeza que estamos no caminho certo", completou.

O coronel Rogério Figueredo, durante discurso, também elogiou o trabalho da PM, a quem chamou de "heróis", que levam "resultados expressivos". "A PM entende que os fatos devem ser esclarecidos. Continuaremos a fazer nosso trabalho, a enfrentar esssa criminalidade que assola todo o Rio de Janeiro e fazemos isso de forma muito planejada, com inteligência", afirmou.

O secretário da Polícia Civil, Marcus Vinícius Braga, disse que a sociedade não deve ligar a morte da menina com a política de segurança do estado. "Não vamos transformar nossos policiais em monstros. Vamos trabalhar para descobrir como ocorreu o fato, mas jamais falar que vamos investigar a polícia de segurança", argumentou.

Morte de Ágatha

Na última sexta-feira (20/9), Ágatha estava dentro de uma Kombi no Complexo do Alemão, com a família, quando foi atingida por um disparo de fuzil nas costas. A PM diz que policiais trocaram tiros com bandidos. Já moradores contestam a versão. Segundo eles, os PMs atiraram em homens em uma moto e acabaram acertando a criança. Ela chegou a ser levada para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada do último sábado (21/9). Ela foi sepultada no domingo, no Cemitério de Inhaúma,na Zona Norte. Ela foi a quinta criança morta por bala perdida este ano.

Até o momento, o presidente Jair Bolsonaro não se manifestou, nem por meio do Twitter, sobre o crime. Já o vice-presidente Hamilton Mourão disse, nesta segunda, que a morte de Ágatha é o resultado da "guerra do narcotráfico".

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