Cidades

MPDFT denuncia 16 no esquema de fraude da moeda virtual Kriptacoin

Além dos 13 indiciados pela Polícia Civil na Operação Patrick, dois advogados e um primo de Weverton Viana Marinho, apontado como líder da organização, foram denunciados

Bruna Lima - Especial para o Correio
postado em 28/09/2017 22:00
O dinheiro arrecadado estava sendo utilizado pelos líderes para compra de bens. Estima-se que o grupo fez mais de 40 mil vítimas
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apresentou, nesta quinta-feira (28/9), a denúncia contra os envolvidos na fraude com a moeda virtual Kriptacoin. Os autores vão responder pelos crimes de organização criminosa, pirâmide financeira, estelionato, uso de documentos públicos, lavagem de dinheiro e obstrução à Justiça. A lista tem um total de 16 nomes, incluindo os 13 já indiciados pela Polícia Civil na Operação Patrick, além de dois advogados e um primo de Weverton Viana Marinho, apontado como líder da organização.
[SAIBAMAIS] As investigações do MPDFT e da Polícia Civil indicaram que a associação criminosa atraía as vítimas a investirem na moeda virtual com a promessa de lucro de 1% ao dia. A proposta ficava ainda mais vantajosa se as pessoas indicassem novos contatos, formando uma estrutura de pirâmide financeira. A avaliação é de que mais de 40 mil investidores foram prejudicados e o grupo teria lucrado aproximadamente R$ 250 milhões.
Parte do dinheiro arrecadado era direcionado para pagar os investidores, mas, como os rendimentos eram prometidos apenas após um ano, os investidores não chegaram a receber o retorno. Porém, a maioria dos recursos estava sendo utilizada pelos líderes e subordinados do esquema, inclusive para compra de bens em nome de laranjas.
Durante a operação, foram apreendidos bens de alto valor, além de grande quantia em dinheiro, que deverá ser usada para ressarcir os investidores. O processo tramita na 8; Vara Criminal de Brasília.

Sigilo


Os detalhes da denúncia seguem sob sigilo, por isso, os nomes dos advogados denunciados não foram divulgados. Durante as investigações, no entanto, os advogados de defesa dos acusados foram apontados como suspeitos de colaborar na transferência de uma Lamborghini pertencente ao grupo, além de tentarem comprar um dos aviões dos clientes. Por isso, é possível que a denúncia recaia sobre João Paulo Todde e Érico Rodolfo Abreu de Oliveira.
Procurado pelo Correio, Todde declarou não ter tido acesso à denúncia. "Nós sequer fomos notificados. Mas estamos preparando representações contra a promotoria do MP por liberação de informações sigilosas, além de uma ação civil por danos materiais e morais", afirmou.
Na terça-feira (26/09), o escritório do qual fazem parte, o Todde Advogados & Consultores Associados, contratados para defender a Wall Street Corporate, anunciou oficialmente, em depoimento ao MP, que não trabalharia mais para o cliente. A promotoria responsável pela acusação informou que não se pronunciará, uma vez que as informações estão sob sigilo.

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