Cidades

Justiça condena motorista que atropelou e matou ciclista no Lago Norte

Mônica Karina Rocha Cajado, 20 anos, dirigia sob efeito de álcool na DF-009 e atropelou o administrador aposentado Edson Antonelli, 61. Ela foi condenada a dois anos e seis meses de prisão, mas poderá cumprir penas alternativas

Thiago Soares
postado em 13/12/2017 20:00

A vítima, o administrador Edson Antonelli, morreu no local. Segundo amigos, ele tinha o hábito de pedalar na ciclovia da pista que cruza o Lago Norte
A motorista que atropelou e matou um ciclista em abril deste ano no Lago Norte foi condenada pela Justiça do Distrito Federal a dois anos e seis meses de detenção, no regime aberto. Na ocasião, a estudante de direito Mônica Karina Rocha Cajado Lopes, 20, dirigia sob efeito de álcool e atingiu o administrador aposentado Edson Antonelli, 61 anos, na QI 7. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Ela também teve o direito de dirigir suspenso por quatro meses. Ainda cabe recurso.


Na decisão, proferida na tarde desta quarta-feira (13/12), o juiz de direito da 8; Vara Criminal de Brasília, Osvaldo Tovani, determinou a substituição da pena privativa de liberdade (detenção) por duas penas restritivas de direito, como a prestação de serviços à comunidade ou algumas restrições, entre elas a possibilidade de sair de casa no fim de semana; proibição de frequentar bares, restaurantes, boates e outros locais; e recolhimento noturno às 22h. A pena alternativa ainda será fixada pela Vara de Execuções Penais.

Sensação de impunidade


A viúva de Edson, a paisagista Rose Antonelli, não concorda com a decisão da Justiça. "Eu acho pouco, porque ela vai cumprir alguma pena alternativa. Talvez se ela pagasse isso em um hospital, vendo o drama dos traumatizados, vendo a dor dos outros, acharia mais justo. Meu sentimento não é de vingaça, mas não vejo justiça nessa pena", afirmou. A família ainda não sabe se recorrerá da decisão. "Essa sentença não serve de exemplo para ninguém, muito menos para ela, pois ficará apenas quatro meses sem dirigir", lamentou Rose.

[SAIBAMAIS]A defesa de Mônica informou ao Correio que ainda não teve acesso à decisão. "Não vi o conteúdo e a Mônica ainda não foi intimida. Ainda não sei se o juiz aceitou os argumentos de defesa. Precisamos verificar primeiro para tomar qualquer providência", observou o advogado da ré, Raphael Castro Hosken.

Embriaguez ao volante

Edson foi atropelado em 23 de abril na DF-009, a via principal do Lago Norte. De acordo com amigos e familiares da vítima, Edson tinha o hábito de pedalar na quadra. No acidente, o corpo do empresário foi arrastado por alguns metros até que a estudante conseguisse parar o carro. Ele morreu na hora.


Mônica chegou a ser detida logo depois, mas pagou fiança de R$ 5 mil e saiu da carceragem da 6; Delegacia de Polícia (Paranoá) no dia seguinte. Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER/DF), o exame do bafômetro feito pela motorista registrou 0,85 miligramas de álcool por litro de ar expelido dos pulmões, valor quase três vezes acima dos 0,3 mg/l, índice mínimo para que o motorista seja indiciado criminalmente por embriaguez ao volante.

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