Moradores de Ceilândia estão organizando um protesto contra a violência na cidade. A vítima mais recente é Claudineia Oliveira Teixeira, 37 anos, atropelada no início da manhã de terça-feira (13/3), após fugir de assalto dentro de ônibus em Ceilândia. O ato sairá do terminal de ônibus do P4 (P Sul), às 08h30 deste domingo (18/3). A mobilização é para pedir por justiça e segurança na região administrativa.
O grupo começará a se concentrar no terminal antes de iniciarem a caminhada até o local do crime, na QNP 34 ; Avenida P3 (P Sul), a partir das 9h. Juliana Araújo Dias, moradora do Pôr do Sol, é uma das organizadoras e espera, pelo menos, 200 pessoas no evento.
"Quando soube o que aconteceu, fiquei muito abalada. Logo me coloquei no lugar dessa família, porque poderia ser comigo. A minha irmã sai no mesmo horário que a Claudineia para trabalhar, então, me preocupo demais. Não quero que mais pessoas tenham os sonhos enterrados por conta da criminalidade. O objetivo é pedir por segurança e sensibilizar as autoridades", defende Juliana.
A passeata está prevista para acabar às 10h30. Uma viatura do 8; Batalhão de Polícia Militar vai acompanhar os manifestantes durante o trajeto. "Esperamos que todos compareçam, porque a violência está recorrente em Ceilândia. Peço a todos que venham de branco, tragam suas garrafinhas de água e passem protetor solar", recomenda Juliana Dias.
O marido da vítima, Elton Teixeira, 51, ficou grato pela organização do evento. "O que me faz feliz, agora, é ver que eu tenho apoio de tantas pessoas que nunca imaginei que teria. É por meio dessas ações de apoio que tiro a força para continuar lutando", disse. "O ato é muito importante, não apenas por ser a minha mulher, porque aconteceu comigo, mas poderia ter sido com qualquer outra pessoa. Então, espero que tudo isso sirva de exemplo para que haja mudança. Estarei no protesto, com a minha família, com nossas camisetas de homenagem à Claudineia, cobrando por essa mudança", finalizou Elton.
Atropelada após assalto a ônibus
No início da manhã de terça-feira (13/3), o marido de Claudineia, Elton Teixeira, 51, levou a mulher até o terminal do P Sul, para que ela pegasse um ônibus até o trabalho, na L2 Sul. O homem temia que a vítima pudesse ser assaltada na parada onde ela geralmente pegava o coletivo teria sido alvo de um arrastão no dia anterior, segunda-feira (12/3), segundo a prima Camila de Oliveira, 29. "Ela estava com medo de passar por um roubo, por isso, pediu ao Elton para levá-la a outro ponto. É uma situação difícil, pois a violência não acabará após a morte dela. Infelizmente, ela não foi a primeira nem será a última", pressupõe.