Cidades

Incêndio de média proporção atinge barracos em Santa Luzia

O fogo ocorreu em um lote com vários habitações de alvenaria e madeira

Pedro Grigori - Especial para o Correio
postado em 13/05/2018 11:32
Ruas estreitas dificultaram o trabalho do Corpo de Bombeiros
Na madrugada deste domingo (13/5), um incêndio ocorreu dentro de um lote com vários barracos de madeira e alvenaria na vila Santa Luzia, na Cidade Estrutural. As ruas estreitas e com erosões dificultaram o acesso dos carros do Corpo de Bombeiros ao endereço, mas a corporação conseguiu impedir que o fogo se alastrasse para outras residências.

Morador de um dos barracos, Okleone Brito, de 37 anos, foi o primeiro a tentar apagar o fogo. Desesperado, ele acabou passando mal por inalar muita fumaça e precisou ser retirado do lote e atendido pelo Corpo de Bombeiros. Seis viaturas e 26 militares atuaram na ocorrência. A perícia será realizada na área para indicar as causas do incêndio. O Corpo de Bombeiros voltará no local ainda neste domingo para avaliar quantos barracos foram atingidos pelo fogo.

A região fica a menos de um quilômetro do Aterro do Jóquei, mais conhecido como Lixão da Estrutural, fechado em janeiro deste ano. A área tem alto riscos de incêndios, devido ao acúmulo de resíduos no solo.

Precariedades

O Correio vem mostrando por meio de reportagens a série de dificuldades vividas pelos moradores de Santa Luzia. Uma decisão judicial de 2016 exigiu a realocação das cerca de 10 mil pessoas que vivem na invasão para fora da faixa de 300 metros ao redor do Parque Nacional, área onde atualmente fica 90% da população.

A menos de 20km do Congresso Nacional, os moradores se sentem enxergados pelo Governo. Por ser uma invasão, não há atendimento de água e nem de saneamento urbano. Os moradores fazem gatos na rede da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) para ter água em casa, e o esgoto é jogado em fossas ou diretamente na rua.
Francisca Dias, nas ruas da invasão da fazenda Santa Luzia: o esgoto improvisado se mistura com a água da chuva e forma um lamaçal
Famílias numerosas vivem em pequenas habitações, muitas ainda com estrutura de madeira. A principal fonte de renda dos moradores vinha do trabalho como catadores no Lixão da Estrutural.

O Governo planeja realocar as famílias, as colocando em casas sobrepostas, que serão construídas no limite das áreas da Santa Luzia e da Estrutural. A expectativa da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab/DF) é que as obras comecem até o fim de julho, e que a população seja realocada gradualmente. Os moradores não terão que pagar pelas novas residências.

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