Cidades

Preso policial militar que matou homem e mentiu sobre assalto

O sargento Paulo Roberto Figueiredo disparou ao menos oito vezes. Cinco tiros acertaram Rafael Barbosa Santos

Mariana Machado, Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 25/07/2018 16:02
Rafael foi morto à queima-roupa. Tiros acertaram cabeça, pescoço e costas da vítima
Foi preso, na tarde de terça-feira (24/7), o sargento da polícia militar Paulo Roberto Figueiredo, 47, suspeito de matar Rafael Barbosa Santos, 32, em frente à Feira de Ceilândia. O crime ocorreu no início de junho. Por volta das 16h40, agentes da 15; Delegacia de Polícia, junto à Corregedoria da PMDF, cumpriram o mandado de prisão preventiva expedido na véspera pelo Tribunal do Júri de Ceilândia. Ele vai responder por homicídio duplamente qualificado.

Segundo o delegado da 15; DP, André Luis Leite, o militar estava na casa de um cunhado, na QNP 20, onde se recuperava da cirurgia de reconstituição de fêmur. No dia do crime, Paulo Roberto atirou na própria perna. Ele foi levado para a 15; delegacia e em seguida para o 19; Batalhão de Polícia Militar, onde deve aguardar julgamento. No momento da prisão, o criminoso não resistiu e foi levado, de muletas.

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Após assassinar Rafael, Paulo Roberto alegou ter se defendido de um assalto, reagindo a dois homens que teriam lhe abordado no estacionamento da feira, mas imagens de uma câmera de segurança mostraram os dois abraçados, bebendo pouco antes do crime. Rafael foi baleado ao menos cinco vezes, na cabeça, costas e pescoço. Ao todo, de oito a 12 disparos foram efetuados.
Segundo o delegado, Paulo disse ainda ontem que Rafael tentou tomar a arma dele, mas a versão não se sustenta pelos locais onde a vítima foi atingida. O PM já tinha um histórico em ocorrências semelhantes.
Ele disse ainda que vítima e autor teriam discutido no dia porque Rafael queria ir trabalhar, mas o sargento queria continuar bebendo. O policial disse em depoimento estar arrependido, mas tenta manter a versão de legítima defesa.
Procurada pela reportagem, a PM não quis se pronunciar sobre o caso. A defesa do militar não foi localizada.

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