Cidades

Homem acusado de matar ex-companheira a facadas é condenado a pena máxima

Em junho, a auxiliar de caixa Tauane Morais dos Santos foi morta a facadas pelo ex-companheiro. Ele estava impedido de se aproximar da vítima, mas descumpriu a decisão judicial

Jéssica Eufrásio
postado em 15/11/2018 12:30 / atualizado em 19/10/2020 18:10
Tauane e Vinícius se conheceram no Piauí, vieram juntos para Brasília e tinham dois filhos
Acusado de matar a operadora de caixa Tauane Morais dos Santos, em 6 de junho, Vinícius Rodrigues de Sousa foi condenado a 30 anos de prisão pelo Tribunal de Júri de Samambaia, nesta quarta-feira (14/11). O réu cumprirá pena em regime fechado pelos crimes de feminicídio e homicídio qualificado por motivo torpe, uso de meio cruel, além de recursos que dificultaram a defesa da vítima. Ele não poderá recorrer em liberdade.
 
Para o juiz-presidente do júri, a "reprovabilidade" do crime foi ainda maior diante do fato de que o acusado premeditou a ação. De acordo com o processo, o réu teria matado a vítima devido a desavenças conjugais anteriores e ao impedimento de se aproximar dela após decisão judicial que aprovou a concessão de medidas protetivas de urgência em favor de Tauane. 

Ainda segundo o magistrado, Vinícius apresentava conduta agressiva contra a vítima e contra os filhos do casal, de 2 e 4 anos. Ele também teria praticado atos de violência física, psicológica e patrimonial ao longo de todo o relacionamento com Tauane. Testemunhas ainda afirmaram que o réu possui personalidade machista, possessiva, agressiva e de desrespeito à condição da mulher. 
 

Alegação polêmica 


Depois de esfaquear a vítima por cerca de 20 vezes no apartamento do casal, em Samambaia Norte, Vinícius tentou suicídio desferindo facadas contra o próprio tórax e abdômen. Dois dias antes do crime, ele havia sido preso por injúria, ameaça e dano qualificado, além de ter tentado enforcá-la, pois a vítima teria dito que não queria continuar no relacionamento. Diante disso, ele a ameaçou e destruiu diversos objetos da casa. 

Vinícius cometeu o feminicídio três dias depois de ter sido liberado durante audiência de custódia. Após o fato, o juiz Aragonê Nunes Fernandes, do Núcleo de Audiências de Custódia do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Samambaia, disse não ter "bola de cristal" para prever o feminicídio.
 
Com informações do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) 

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