Abadiânia (GO) e Brasília ; A força-tarefa do Ministério Público de Goiás (MPGO) que investiga as denúncias de abuso sexual supostamente cometidas por João de Deus quer a prisão preventiva do médium. O pedido foi protocolado do Fórum de Abadiânia (GO), na tarde desta quarta-feira (12/12). A cidade goiana abriga a Casa Dom Inácio de Loyola, onde o médium faz os atendimentos espirituais e aconteceram os crimes, segundo as denunciantes.
O pedido foi protocolado por volta das 17h45 pelos promotores Luciano Miranda e Patrícia Otoni, na promotoria de Abadiânia. Os dois são responsáveis pela força-tarefa que investiga os supostos crimes sexuais. Um dos argumentos do pedido de prisão é o bom desenvolvimento do processo. Os promotores temem que, com o acusado em liberdade, vítimas se sintam amedrontadas e deixem de denunciar.
A assessoria de imprensa do MPGO confirmou o pedido de prisão, mas não deu detalhes pelo fato de o caso estar em segredo de Justiça. O pedido deve ser analisado pelo juiz Fernando Chacha, que é responsável pela comarca de Abadiânia. O Correio ainda não localizou o advogado Alberto Toron.
Caso a prisão seja decretada, funcionários de João de Deus garantem que ele irá se entregar, logo que seu advogado negociar um local e prazo para que isso ocorra.
Uma força-tarefa do MPGO coordena as investigações. A Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia, também apura o caso. Lá, pelo menos cinco vítimas foram identificadas.
Repórteres e cinegrafistas que aguardavam João de Deus no local foram agredidos com socos e até mordidas. Alguns fiéis ameaçaram os profissionais de imprensa. "Vocês terão câncer e voltarão todos aqui para se curar. Você se arrependerão do que estão fazendo", gritava uma mulher. "Lamentamos o que aconteceu, não é de nosso costume, mas foi uma situação que saiu do controle", comentou Cláudio Prujar, voluntário da Casa Dom Inácio que ficou responsável por atender a imprensa.
A organização da Casa de Dom Inacio de Loyola já prepara um plano para a segurança dos atendimentos de amanhã. Uma das ideias é não liberar o acesso da imprensa. Após visitar os fiéis no centro, ele deixou Abadiânia e Goiás. Viajou em um avião fretado para São Paulo, onde tem residência.