Cidades

Metrô abre procedimento disciplinar contra servidores que não abriram caixa

Metroviários retornaram de greve na quinta-feira (19/7), mas, das 24 estações, 13 tiveram as catracas liberadas para usuários. Episódio se repetiu nesta sexta

Isa Stacciarini
postado em 19/07/2019 21:05

Das 24 estações, 13 ficaram sem abrir as bilheterias na quinta e na sexta-feira

Os dois dias de retorno dos metroviários ao trabalho, após 77 dias de greve, ficaram marcados por confusão. Na quinta-feira (18/7), das 24 estações, 13 tiveram as catracas liberadas para os passageiros pois os funcionários se negaram a abrir as bilheterias. A alegação é de que houve perda da garantia da quebra de caixa, ou seja, valor que a empresa arcava caso houvesse inconsistência nos valores. Na sexta-feira (19/7), o episódio se repetiu em 13 estações.

Por causa disso, a Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) abriu 53 processos disciplinares contra servidores que se negaram a abrir as bilheterias na quinta-feira, mas informou que ainda está apurando os restantes dos caixas que permaneceram fechados ao longo da quinta-feira e nesta sexta (19/7) para abrir novos procedimentos.

Em nota, o Metrô-DF informou que "o fato de os empregados que atuam na comercialização de créditos de viagem não possuírem mais direito à percepção do benefício denominado ;quebra de caixa; não os exime de sua atribuição constante em contrato de trabalho de operarem as bilheterias do Sistema Metroviário".

Disse, ainda, que, "caso algum empregado se negue assumir o posto de trabalho na bilheteria, poderá se sujeitar a processo disciplinar e, ainda, à responsabilização pelos prejuízos causados ao erário em virtude de perda de arrecadação".

Segundo a empresa, nos 77 dias de greve, o Metrô-DF deixou de arrecadar mais de R$ 9,3 milhões. Disse, ainda, que menos 1,9 mil usuários foram transportados, se comparado com o mesmo período do ano anterior.

O outro lado

A diretoria de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do Distrito Federal (SindMetro-DF), Renata Campos, informou que a entidade não recebeu nenhum documento oficial sobre os procedimentos instaurados, mas, na avaliação dela, o comportamento da empresa configura assédio moral coletivo.

"A principal questão é que o metrô não tem fornecido a quebra de caixa para os servidores poderem abrir as bilheterias nem se posicionou sobre não haver desconto na folha do funcionário caso haja alguma diferença. Por causa disso, os trabalhadores estão impossibilitados de efetuar esse serviço", alegou.

Renata também confirmou que, quando a entidade for notificada, o sindicato deve mover um processo de assédio moral coletivo contra a empresa. "O metrô quer punir os servidores, sendo que não concedeu o procedimento correto de ferramenta para eles poderem trabalhar", disse.

Segundo a diretora, os metroviários pretendem continuar sem abrir as bilheterias até que a empresa se posicione. "Enquanto não houver um respaldo oficial de que não haverá desconto na folha do servidor, eles ficam impossibilitados de realizar essa função", frisou.


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