Cidades

Acusado de matar adolescente queimado é condenado a 25 anos de prisão

Crime aconteceu em agosto, no Parque do Lago do Cortado, em Taguatinga Norte. Réu e nove menores agrediram vítima e atearam fogo ao corpo dela enquanto ainda estava viva

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 24/07/2019 22:07
Charles de Souza Bezerra foi morto aos 13 anos Acusado de assassinar o estudante Charles de Souza Bezerra, em agosto, Klinger Chagas Mineiro Júnior, 20 anos, foi condenado pelo Tribunal do Júri de Taguatinga a 25 anos e oito meses de prisão. A decisão saiu na terça-feira (23/7). A vítima, que tinha 13 anos, foi assassinada no Parque do Lago do Cortado, em Taguatinga Norte. O réu e nove menores agrediram o adolescente com socos, chutes, facadas e pauladas. Em seguida, atearam fogo ao corpo dele enquanto ainda estava vivo.

O Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) defendeu que o crime foi cometido por motivo torpe, decorrente do fato de a vítima ter prometido roubar um aparelho celular. A acusação ainda afirmou que o réu empregou recursos que impossibilitaram a defesa do adolescente, que havia sido convidado para se divertir com os colegas.

Antes do crime, um dos integrantes do grupo havia lançado o chinelo da vítima de uma cachoeira no parque e, diante do fato de que Charles não sabia nadar, pediram para que ele entregasse um telefone móvel ao grupo em troca do calçado. Enquanto estavam no parque, Klinger cobrou o celular, ao que a vítima prometeu entregar o dos próprios pais. Em seguida, Charles começou a ser agredido.

"Desvalor pela vida humana"


Uma testemunha encontrou o corpo de Charles parcialmente carbonizado, mas ele ainda estava vivo. No entanto, quando o Corpo de Bombeiros chegou ao local, a vítima não apresentava mais sinais vitais. Ele morava com a família, no Sol Nascente, em Ceilândia, mas foi enterrado na Bahia.

O juiz-presidente do júri entendeu que a conduta do réu foi "extremamente censurável" e revelou "imenso desvalor pela vida humana". Além disso, o magistrado afirmou que a culpabilidade do acusado e dos demais envolvidos foi "intensa e de muito alto grau de censura", contrariando os "princípios ditos civilizados da atualidade, de respeito à vida e aos direitos individuais do ser humano".

Klinger foi condenado por prática de homicídio triplamente qualificado e corrupção de nove menores. Ele cumprirá pena em regime inicial fechado e não poderá recorrer em liberdade. A defesa do réu afirmou que, apesar da recente decisão, estuda "objetos do futuro recurso da sentença condenatória" e que se manifestará somente durante as audiências.

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