Cidades

Caminhada pela paz reúne mulheres em Planaltina por basta em feminicídios

Entre os presentes, estiveram familiares de Genir Pereira, 47 anos, morta em junho de 2019 por Marinésio Olinto, 41. A filha da diarista se emocionou com as palavras entoadas no protesto

Alan Rios
postado em 01/09/2019 10:00
Caminhada reuniu centenas de mulheres em Planaltina
A memória de mulheres assassinadas e a conscientização para evitar novas vítimas foram marcas de um ato em Planaltina, na manhã deste domingo (1/9). A Caminhada Feminicídio Não foi organizada por moradores da região e reuniu centenas de pessoas em frente à Feira Permanente.

Entre os presentes, estiveram familiares de Genir Pereira, 47 anos, morta em junho de 2019 por Marinésio Olinto, 41. A filha da diarista se emocionou com as palavras entoadas no protesto. "Minha mãe era uma pessoa alegre, trabalhadora, que foi mais uma mulher vítima de violência. A insegurança nos deixa muito vulneráveis e precisamos de apoio", disse Jaiane de Sousa, 22.

Um pedido recorrente das participantes do ato é por transporte público de qualidade, como contou a organizadora da caminhada, Jéssica Grigorio, 23. "Se nós, mulheres, tivéssemos mais opções de ônibus, não precisaríamos de carro pirata. Isso evitaria muita insegurança." Ela também antecipou que o grupo organizador da manifestação fará um abaixo assinado para pedir a volta dos micronibus, que promoveriam uma maior circulação de transporte.
Amiga de Letícia Curado, Aise Rodrigues, 26, também esteve presente no evento. Ela representou a família da advogada no ato, pedindo por justiça. "Queremos que cada caso de violência contra mulher denunciado seja investigado com responsabilidade, para que isso evite o pior. Temos que entender que são vidas que estão em risco", afirmou.
[FOTO1444235]

A caminhada passou ainda em frente à 16; Delegacia de Polícia (Planaltina). Manifestantes no trio elétrico ressaltaram a importância de vítimas registrarem ocorrência contra os agressores e pediram por mais políticas públicas voltadas para mulheres.

Entenda o caso

A mobilização ocorre após a divulgação da prisão de Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos. Ele confessou ter assassinado a advogada e funcionária terceirizada do Ministério da Educação, Letícia dos Santos Curado, 26, em 23 de agosto. O homem se passava por motorista de transporte pirata para abordar as vítimas.
Além de Letícia, Marinésio confessou ter matado Genir Pereira de Sousa, 46. A morte de Genir foi confirmada em 12 de junho, 10 dias depois de seu desaparecimento. No dia 1; daquele mês, um sábado, ela saiu da pizzaria onde trabalhava acompanhada de um homem com quem mantinha um relacionamento e passou a noite com ele.
Em 2 de junho, ela saiu da casa desse companheiro e foi até o condomínio onde a patroa, dona da pizzaria, morava, no Paranoá. Imagens de câmeras de segurança mostram que ela chegou por volta das 7h30 e saiu aproximadamente 10 minutos depois. Antes disso, por volta das 6h, ela telefonou para o filho, o padeiro Leonardo Araújo, 29 anos, dizendo que mais tarde iria para casa, mas nunca mais voltou.
Após a confissão das duas mortes, surgiram outras denúncias contra Marinésio. A Polícia Civil investiga todas elas.




Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação