Cidades

Vítima encontrada morta à beira do Lago reclamava de assédio constante

Segundo amigos, Pedrolina Silva havia até mudado seus caminhos para ir ao trabalho e não encontrar com João Marcos Vassalo, assassino confesso da mulher

Alan Rios
postado em 05/09/2019 11:40
Sepultamento de Pedrolina Silva reuniu colegas de trabalho da assistente social
O sepultamento de Pedrolina Silva, 50 anos, foi marcado por sensação de insegurança e revolta. A cerimônia da assistente social foi realizada na manhã desta quinta-feira (5/9), no Cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga. Amigos contaram que ela reclamava de assédios constantes de João Marcos Vassalo, 20, vizinho e assassino confesso dela.

"Ela já tinha comentado várias vezes que ele era estranho e ficava assediando o tempo todo. Lembro que a Lina disse até que teve que mudar o caminho ao trabalho, porque encontrava com ele sempre que saia de casa", relatou a amiga de infância Marinalva Alves, 42.
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Também estiveram presentes no sepultamento amigos de faculdade de Pedrolina. Ela se formou em serviço social pela Universidade Católica de Brasília (UCB) em 2017, com auxílio do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). O trabalho de conclusão de curso foi uma pesquisa sobre a violência contra as mulheres.

Medo

Quem conhecia "Lina" de perto sabia que ela ficava apreensiva com a insegurança de ser mulher, negra e moradora de uma cidade violenta. Luciana de Paula, 34, trabalhava com a vítima morta no último domingo (1;/9) e contou desse medo: "Ela pegava dois ônibus para ir para casa todo dia, saindo do serviço, em Taguatinga, para chegar em casa, no Paranoá. E isso deixava ela receosa".

Às vezes, Pedrolina só chegava pela noite, duas horas depois de sair do expediente. Quando ela não conseguia ir de ônibus, as amigas pediam um transporte por aplicativo. "Mas sempre que ela entrava no carro pedia para eu acompanhar o trajeto pelo celular, para ver se tava tudo certo", lembrou Luciana.

Prisão de assassino confesso

A Polícia Civil identificou João Marcos Vassalo da Silva Pereira, 20 anos, como assassino de Pedrolina. Ele confessou ter matado a mulher e ter tentado abusar sexualmente de outra vítima. Ele e Pedrolina eram vizinhos e havia denuncia de que o homem já havia a assediado mais de uma vez.
Ele confessou ter premediato o crime. O acusado detalhou que entrou no mesmo ônibus que a vítima, no domingo, e que desceu uma parada após ela desembarcar, na L4 Sul. João afirmou que cometeu o assassinato por asfixia, mas um laudo da morte de Pedrolina mostrou que a causa do óbito foi esgorjamento, que é o corte por faca na região da frente do pescoço.

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