Cidades

Desembargadora pede vista de recurso em caso de racha da L4 Sul

Mesmo com dois votos favoráveis, o processo está suspenso. A desembargadora tem 10 dias para apresentar sua decisão

Correio Braziliense
postado em 07/02/2020 20:23
Ricardo Clemente Cayres e a mãe dele, Cleusa Maria Cayres,  morreram em um acidente de trânsito, após três veículos participarem de uma corrida ilegalEm julgamento de recurso no caso que trata do racha que matou duas pessoas na L4 Sul, em 2017, a 3ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) requisitou um prazo a mais para analisar uma revisão solicitada pela acusação. Uma das desembargadoras que compõe o colegiado pediu vistas, nesta quinta-feira (6/2), e, por isso, ainda não há data para julgamento dos acusados de envolvimento no crime.

Na decisão judicial em primeira instância, antes do julgamento dos réus, o juiz determinou que o bombeiro Noé Albuquerque Oliveira fosse absolvido da denúncia e que o advogado Eraldo José Cavalcante Pereira não deveria ser julgado por homicídio culposo (não intencional). 

Insatisfeita, a família das vítimas — Ricardo Clemente Cayres e Cleusa Maria Cayres — entrou com recurso, por meio do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Mesmo com dois desembargadores favoráveis, o processo está suspenso. A magistrada que pediu vistas tem 10 dias para apresentar o voto e, depois disso, os dois que já votaram poderão rever a posição. 

Fabrícia Gouveia, 50 anos, viúva de Ricardo, considerou positivo o resultado até o momento. ''Estamos aliviados, porque acreditamos na Justiça. Não fizemos nada que não fosse de acordo com a lei. Ficamos decepcionados com a primeira instância, mas isso não nos desestimulou. Vamos entrar com recurso sempre que houver possibilidade'', disse. 

Ela defende que a família pede uma punição equivalente ao crime cometido. ''A defesa quer normalizar algo que não podemos aceitar. Dizem que não houve um acidente, mas um dolo eventual'', afirmou Fabrícia. ''As pessoas estão achando normal beber e dirigir. Foram duas mortes absurdas, que acabaram com nossas vidas. Temos esse papel de gritar pela Cleusa e pelo Ricardo para honrar a memória deles'', comentou.

Relembre o caso


Na madrugada de 30 de abril de 2017, Ricardo — à época com 46 anos — e a mãe dele, Cleusa Maria, 69, morreram em um acidente de trânsito, após três veículos participarem de um racha, próximo à Ponte das Garças. Um VW Jetta, que participava da corrida ilegal, atingiu a traseira do carro da família, um Ford Fiesta. 

Outros dois parentes de Cleusa e Ricardo, Osvaldo Clemente, 72, e Elberton Silva, 37, ficaram feridos e sobreviveram. O carro da família ficou completamente destruído. Os motoristas envolvidos no racha admitiram que haviam ingerido bebida alcoólica antes de dirigir. 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags