Diversão e Arte

Polícia do Rio investigará casos de assédio no BBB20; OAB se manifestou

Já são três acusações contra o ginasta Petrix Barbosa; na quinta-feira (30/1), o brother pediu desculpas às colegas

Correio Braziliense
postado em 31/01/2020 21:47

Já são três acusações contra o ginasta Petrix Barbosa; na quinta-feira (30/1), o brother pediu desculpas às colegasA Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro emitiu nota em que critica o tratamento dado às mulheres pelos participantes homens do Big Brother Brasil 20 (BBB20). Também nesta sexta-feira (31/1), a Polícia Civil do Rio de Janeiro, por meio da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), abriu um inquérito para apurar os casos de assédio denunciados no programa. 

 

Sem citar episódios ou nomes, a OAB se disse "indignada" com as cenas exibidas em rede nacional. "É extremamente preocupante que comportamentos como esses sejam veiculados em rede nacional de forma naturalizada. Eles refletem a violência com que as mulheres são tratadas diariamente em nosso país e podem acabar estimulando a perpetuação desse tipo de conduta pela sociedade, que a entende como positiva, já que está sendo praticada por homens que acabam se tornando 'ídolos'", diz trecho da nota. 

 

Nas redes sociais, um dos participantes da edição, o ginasta Petrix Barbosa, já foi três vezes acusado de assédio. A primeira acusação foi durante uma festa na casa, em que Petrix tocou e chacoalhou os seios de Bianca Andrade, que estava  visivelmente bêbada. Na ocasião, a produção escutou a sister e perguntou se ela tinha se sentido assediada. Ela respondeu que não. 

 

A segunda acusação também envolveu Bianca. Os internautas disseram que Petrix se aproveitou de um abraço, em que ele teria dado  uma "sarrada" nela.

 

A terceira vez foi na última quarta-feira (29/1) quando o participante esfregou a genitália na colega Flayslane. Felipe, Hadson e Lucas viram a cena e começaram a gargalhar. 

 

Na quinta-feira (30/1), o brother foi chamado ao confessionário, mas o que a produção falou com ele não foi mostrado. Logo depois, o participante pediu desculpas para as duas colegas. 

 

A nota, que é assinada pela Diretoria de Mulheres e a Comissão OAB Mulher RJ, ainda diz ser preocupante a atitude do programa de não punir os episódios que ocorreram nos programas. "É no mínimo temeroso colocar sobre as vítimas a responsabilidade da sanção contra esses atos. Isso porque, comumente, por questões estruturais da sociedade, as vítimas não têm consciência da gravidade das situações que vivenciam e, muitas vezes, também optam por não penalizar seus agressores, dentre muitos motivos, pelo temor de a denúncia se voltar contra elas", afirma. 

Confira a nota completa 

"A Diretoria de Mulheres da OABRJ e a Comissão OAB Mulher da Seccional do Rio de Janeiro vêm a público manifestar sua indignação a respeito do tratamento dado às mulheres pelos participantes homens do reality show Big Brother Brasil 20. Estão sendo veiculadas na TV e noticiadas nas redes sociais diversas cenas em que, não só as participantes mulheres são completamente coisificadas e ofendidas, como também sofrem contatos físicos que podem ser interpretados como de cunho sexual. 

 

É extremamente preocupante que comportamentos como esses sejam veiculados em rede nacional de forma naturalizada. Eles refletem a violência com que as mulheres são tratadas diariamente em nosso país e podem acabar estimulando a perpetuação desse tipo de conduta pela sociedade, que a entende como positiva, já que está sendo praticada por homens que acabam se tornando "ídolos". Além disso, é no mínimo temeroso colocar sobre as vítimas a responsabilidade da sanção contra esses atos. Isso porque, comumente, por questões estruturais da sociedade, as vítimas não têm consciência da gravidade das situações que vivenciam e, muitas vezes, também optam por não penalizar seus agressores, dentre muitos motivos, pelo temor de a denúncia se voltar contra elas. 

Tendo em vista a repercussão que o programa possui em todo o Brasil, é de suma importância ressaltar que comportamentos como esses não podem ser tolerados e normalizados. É necessário não só exaltar, mas agir em prol do respeito às mulheres, do fim da violência e de todo o tipo de discriminação por gênero.

 

A Diretoria de Mulheres e a Comissão OAB Mulher RJ reiteram o repúdio a qualquer ato de violência de gênero, permanecendo em sua missão de promover a conscientização sobre o assunto, além de ações para prevenção e enfrentamento dessa triste realidade.

Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 2020.

 

Marisa Gaudio

Diretora de Mulheres da OABRJ

Rebeca Servaes

Presidente da Comissão OAB Mulher"

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