Renato Souza
postado em 10/06/2019 19:19
O corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel, decidiu abrir procedimento para investigar a conduta do procurador Deltan Dallagnol e outros integrantes da força-tarefa da Lava-Jato no Paraná. O objetivo é apurar se os membros do Ministério Público federal cometeram falta disciplinar na forma como atuaram ao longo da operação.A medida foi motivada pela divulgação de conversas pelo celular realizadas por Dallagnol com o então juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça, e entre os procuradores que atuam na operação. Segundo o site The Intercept Brasil, responsável pela divulgação, as conversas indicam sugestões de Moro sobre como proceder nas investigações e até mesmo a indicação de possíveis testemunhas. As conversas teriam ocorrido antes da primeira condenação do ex-presidente Lula, a quem Moro sentenciou a mais de nove anos de prisão.
Também, um outro procedimento administrativo foi aberto contra Dallagnol nesta segunda-feira, para apurar suposta intervenção na eleição para presidente do Senado Federal. Em uma série de tuítes, ele teria feito contrapropaganda em relação ao candidato Renan Calheiros (MDB-AL).
Dallagnol se defende
Mais cedo, Dallagnol se manifestou na internet. Em um vídeo publicado no YouTube (veja abaixo), o procurador afirma que a Lava-Jato sofreu um ataque criminoso e diz que não cometeu nenhuma irregularidade. "É muito natural que advogados e procuradores conversem com o juiz mesmo sem a presença da outra parte", afirmou.
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Desde a divulgação das conversas, diferentes juristas e entidades se manifestaram. Enquanto associações que representam juízes e procuradores saíram em defesa de Moro e da Lava-Jato, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi mais crítica e pediu a o afastamento de Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública.