Correio Braziliense
postado em 04/06/2020 16:31
A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) permaneceu em silêncio no depoimento à Polícia Federal na tarde desta quinta-feira (4/6) no âmbito do inquérito das fake news do Supremo Tribunal Federal (STF). A parlamentar afirma que não teve acesso aos autos, e por isso não respondeu às perguntas feitas. Ela não quis detalhar qual foi o teor dos questionamentos.
Zambelli afirmou que foi à PF para cumprir à intimação. O inquérito, relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, investiga informações falsas e ataques a membros da corte suprema. Em decisão da semana passada, o ministro afirmou que existe indícios de um grupo organizado que divulga informações equivocadas pelas redes sociais atacando não só a corte como outras autoridades. O grupo, segundo ele, é financiado por empresários.
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A parlamentar afirmou que ainda não sabe se foi intimada na condição de testemunha ou se está sendo investigada, e pontuou que as perguntas feitas pela PF não continham contextualização. "O inquérito foi aberto em 2019. Eu não sei a que elas eram relacionadas. Perguntas muito abertas. Quando você tem uma pergunta que não tem relação com o inquérito e não sabe a que está conectado, é complicado responder", afirmou.
Os outros deputados que foram intimados também afirmam ainda não saber em qual condição integram o processo. Na última segunda-feira (2/6), o ministro Alexandre de Moraes publicou em seu Twitter e no site do STF a informação, atribuída a seu gabinete, de que foi autorizado o integral conhecidos dos autos aos investigados, "diferentemente do que alegado falsamente".
Advogado de Zambelli, Huendel Rolim, afirmou que o ministro de fato autorizou o acesso aos autos, mas ainda não foi disponibilizado.
"Ele determinou um agendamento aos advogados, não só eu, mas todos. Mas esse agendamento não foi feito pelo gabinete, mesmo após a nossa solicitação", disse. Segundo o advogado, a assessoria do ministro informou que o processo não estaria no STF, mas sim na Procuradoria Geral da República (PGR) para uma manifestação. "Por esse motivo, não tivemos acesso a ele até este momento", pontuou.
Outros deputados intimados já afirmaram que não irão, e dentre as justificativas falam que o inquérito é inconstitucional e que ainda não tiveram acesso aos autos.
Prisão de Sara Winter
A ativista Sara Giromini, chamada de Sara Winter, também deveria prestar depoimento nesta quinta-feira (4/6), mas não o fez. Ainda que não tenha ido prestar depoimento, Sara se reuniu a manifestantes que estavam na porta da sede da PF em apoio a Zambelli e, em especial, ao ministro da Educação, Abraham Weintraub.
Advogado de Sara, Bertoni Barbosa de Oliveira afirmou que ainda não tinha tido acesso aos autos e disse que iria à superintendência da PF ver se havia alguma outra acusação contra ela. "Estamos suspeitando da possibilidade de uma prisão preventiva na superintendência da PF", afirmou.
No dia da busca e apreensão, Sara chamou Moraes de "covarde" e o ameaçou. Em um vídeo, ela diz que gostaria de "trocar soco" com o ministro e que descobrirá tudo sobre a vida dele, incluindo os lugares que ele frequenta. "Nunca mais vai ter paz na sua vida”, afirma.
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