Politica

MPF denuncia Sara Winter por injúria e ameaça contra Alexandre de Moraes

No fim do mês passado, Líder do grupo ''300 do Brasil'' disse que ministro ''nunca mais teria paz em sua vida''

Correio Braziliense
postado em 17/06/2020 10:28

Sara WinterO Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal denunciou, nessa terça-feira (17/6), a militante de extrema direita Sara Fernanda Giromini, que se intitula Sara Winter, por injúria e ameaça, praticados de forma continuada, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Em relação ao crime contra a Lei de Segurança Nacional, a representação enviada pelo ministro foi arquivada.

 

A denúncia se baseia em condutas que foram divulgadas por Sara no Twitter e no YouTube. Em 27 de maio, quando houve busca e apreensão contra ela no âmbito do inquérito das fake news, Sara chamou o ministro de “covarde” e gravou um vídeo dizendo que queria "trocar soco" com o ministro, e que descobriria tudo sobre a vida do magistrado, incluindo os lugares que ele frequenta. "Nunca mais vai ter paz na sua vida”, afirmou.

 

[BLOCKQUOTE1]

Lei de Segurança Nacional

Na denúncia, o procurador da República Frederick Lustosa relata que Sara "utilizou-se das redes sociais para atingir a dignidade e o decoro do ministro, ameaçando de causar-lhe mal injusto e grave, com o fim de constrangê-lo". Se condenada, ela pode ser obrigada a pagar R$ 10 mil a Moraes por danos morais.

 

Lustosa também aponta que a conduta da militante não afrontou a Lei de Segurança Nacional porque não houve lesão real ou potencial ao que é protegido pela lei. A denúncia, segundo o MPF, levou em consideração também "precedentes verificados na Câmara de Coordenação Criminal do órgão". Sobre eventual pedido de prisão preventiva, o procurador disse que não foram verificados requisitos jurídicos que o justificasse nesta investigação.

 

O advogado de Sara, Bertoni Barbosa, disse que a denúncia é só mais um motivo para que falem mal de sua cliente. "Ela é uma presa política", afirmou. Sara foi detida temporariamente na última segunda-feira (15/6) no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos.

 

O STF expediu mandado de prisão, a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), também contra outras cinco pessoas ligadas ao grupo "300 do Brasil" pelo mesmo inquérito. Na segunda-feira, no entanto, só Sara foi presa. Na última terça-feira (16/6), outras três pessoas foram presas, segundo Bertoni. Ele e um grupo de advogados representam também essas pessoas. 

 

Existem ainda mandados de prisão em aberto para mais duas pessoas. O advogado disse que ainda não sabe quem são. "Isso aí está na operação da polícia. Eles precisam encontrar as pessoas ainda para saber quem são", explicou.

 

Em 4 de junho, sobre as ameaças, Barbosa havia dito que vídeo feito por Sara foi logo depois de "a casa dela ter sido invadida" pela Polícia Federal. "Nós sabemos que é o procedimento padrão da Polícia Federal, não vamos criticar a Polícia Federal de modo nenhum. Mas só que ela estava sob forte emoção e foi uma forma de responder ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, que foi quem deu a ordem de busca e apreensão", afirmou.

Tochas

No final de maio, , Sara organizou um protesto com o grupo em frente ao STF. Com tochas e máscaras, a imagem lembrou a muitos ações do Ku Klux Klan (KKK), organização racista originada nos Estados Unidos que fala em supremacia branca e já cometeu diversos atos violentos contra pretos.

 

Saiba Mais

Sobre esse caso, Frederick Lustosa concluiu que a "manifestação está inserida no contexto da liberdade de expressão". Ele destacou atuar de maneira “isenta e desvinculada de qualquer viés ideológico ou político-partidário, muito menos suscetível a qualquer tipo de pressão interna ou externa”.

 

Na ocasião, o grupo que foi protestar em frente ao STF gritava "careca togado, Alexandre descarado", "ministro, covarde, queremos liberdade", "viemos cobrar, o STF não vai nos calar"e "inconstitucional, Alexandre imoral", sempre como gritos de guerra guiados por Sara Winter.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags