Figura de grande impacto no universo da música instrumental brasileira, Hélio Delmiro morreu nesta segunda-feira, dia 16 de junho, aos 78. Guitarrista e violonista, ele nasceu no Rio de Janeiro e contribuiu de forma significativa para a valorização da música popular instrumental e do jazz no Brasil. Isso porque sua trajetória teve domínio técnico, criatividade e parcerias com ícones da MPB.
Durante sua carreira, Hélio Delmiro participou de inúmeras gravações e atuou em palcos ao lado de grandes intérpretes como Elis Regina, Clara Nunes e João Bosco. Além da habilidade como instrumentista, Delmiro também se destacou como compositor e arranjador, colaborando em diversos projetos importantes para a música brasileira contemporânea.
A importância de Hélio Delmiro para a música instrumental
Nascido em 1947, Hélio Delmiro iniciou sua trajetória musical cedo, frequentando rodas de choro e absorvendo influências do samba, bossa nova e jazz. Ao longo dos anos 1960, integrou grupos como o Fórmula 7, conhecidos pela atuação na cena noturna carioca, especialmente na Zona Sul do Rio de Janeiro. Além disso, eu estilo de tocar violão e guitarra, com uma sonoridade sofisticada e inventiva, chamou a atenção de músicos consagrados que o convidaram para participar de apresentações e gravações.
Com talento reconhecido nacional e internacionalmente, Delmiro foi uma referência pela capacidade de transitar com naturalidade entre estilos. Além disso, sua atuação como arranjador também resultou em contribuições para álbuns significativos da música brasileira, além de uma produção autoral relevante.

Principais álbuns e colaborações de Hélio Delmiro
A discografia de Hélio Delmiro registra álbuns aclamados e participações marcantes. Entre seus trabalhos autorais, “Samambaia” (1981) se destaca ao lado do pianista César Camargo Mariano, apresentando composições de forte apelo instrumental. Entre outros discos de destaque estão “Compassos” (2004) e “Certas coisas” (2025), feito em parceria com o cantor Augusto Martins, mostrando sua constante renovação e abertura para novas colaborações. Essa diversidade de repertório refletiu a busca permanente por qualidade e inovação ao longo dos anos.
- Samambaia (1981) – Colaboração com César Camargo Mariano
- Compassos (2004) – Projeto autoral de grande repercussão
- Certas coisas (2025) – Álbum em duo com Augusto Martins
Essas produções não apenas consolidaram Delmiro como referência, mas também influenciaram gerações de músicos brasileiros envolvidos com a música instrumental e o jazz.
As características que fizeram de Hélio Delmiro um músico singular
O estilo inconfundível de Hélio Delmiro é frequentemente associado a uma técnica refinada no violão e na guitarra. Caracterizava-se pelo criatividade nas harmonias, improvisação sofisticada e uma abordagem única na construção de melodias. Sua performance era marcada por precisão, sensibilidade e um profundo respeito pelas raízes da música popular brasileira.
- Técnica avançada com ênfase nos acordes e dedilhados.
- Flexibilidade para atuar tanto no samba, choro, bossa nova quanto no jazz.
- Capacidade de dialogar musicalmente com diversos artistas de estilos variados.
- Frequentemente requisitado como arranjador em projetos de outros músicos.
Essas qualidades fizeram de Delmiro um dos instrumentistas e compositores mais respeitados do Brasil, exercendo influência considerável na formação de novos talentos, especialmente a partir dos anos 1980 e 1990.
Legado e influência na música instrumental contemporânea
A trajetória de Hélio Delmiro deixou marcas profundas na música instrumental brasileira. Ao longo das décadas, suas apresentações ao vivo, gravações e oficinas contribuíram para o desenvolvimento de inúmeras gerações de músicos. O reconhecimento de sua arte permanece vivo em álbuns históricos, em parcerias com nomes expressivos da música nacional e na memória de um público que acompanhou sua carreira por mais de cinco décadas.
A obra de Delmiro segue sendo referência para intérpretes e compositores que buscam excelência e musicalidade na cena instrumental do Brasil. Sua produção é estudada e interpretada por artistas e estudantes, garantindo a continuidade do seu legado e a valorização da música brasileira ao redor do mundo.










