FRAUDES VIRTUAIS

Clonagem de WhatsApp afeta 15 mil brasileiros por dia; aprenda a se proteger

Golpe mais comum continua sendo a oferta falsa de emprego, que direciona a vítima a um formulário falso

Ana Luísa Santos*
postado em 18/10/2020 10:00

Mais de 15 mil brasileiros têm o WhatsApp clonado todos os dias. É o que diz levantamento sobre cibersegurança da PSafe, startup brasileira de tecnologia que analisou os dados referentes a setembro deste ano no Brasil. Isso significa que, no mês passado, mais de 473 mil brasileiros foram vítimas do golpe, um aumento de 25% em relação a agosto passado.

Também segundo o levantamento, feito pelo laboratório especializado em segurança digital da startup, o dfndr lab, São Paulo é o estado com mais ataques desse tipo, com 107 mil afetados. Em segida, aparecem Rio de Janeiro, com 60 mil, e Minas Gerais, com 43 mil aparelhos hackeados.

A temática mais popular de golpe continua sendo a falsa oferta de emprego. De acordo com os dados obtidos pela PSafe, a fraude teve cerca de 556 mil acessos e compartilhamentos no último mês.

Nesse golpe, a vítima recebe uma falsa oferta de emprego e é orientada a clicar em um link que a direciona para um formulário, onde deve preencher alguns dados. Entre as informações solicitadas está o CPF e senhas das redes sociais, o que permite aos golpistas acessar as contas da vítima (leia abaixo como se proteger de golpes).

Vítima enganada

Emilio Simoni, diretor do dfndr lab, explica que essa estratégia envolve a engenharia social, que é quando uma pessoa mal-intencionada utiliza a manipulação psicológica para convencer outra pessoa a compartilhar informações pessoais, baixar links suspeitos e até baixar aplicativos falsos. "O criminoso vai simular uma situação favorável para que ele possa enganar a vítima. Existem várias abordagens", explica Simoni

Dessa forma, a fraude não exige grandes recursos tecnológicos. "Consiste, basicamente, em ter o número de telefone da vítima e ter um contexto favorável para convencê-la a informar o código de liberação do aplicativo", diz.

De acordo com o diretor do dfndr lab, atualmente, todos estão suscetíveis a esse tipo de golpe, principalmente por conta da pandemia, que elevou o número de compras on-line. "A gente identificou também golpes que simulam pesquisas sobre o coronavírus feitos por insitutos de pesquisa ou pelo SUS", acrescenta Simoni.

Fique atento

Para se proteger desses golpes virtuais, o diretor recomenda que as pessoas tenham aplicativos de segurança no celular, que alertam sobre links suspeitos, e redobrem a atenção, desconfiando de ofertas muito generosas que pedem para o usuário clicar em algum link.

"A gente tem sempre que desconfiar. Chegou uma promoção via WhatsApp ou redes sociais, prometendo algo de graça, pedindo seus dados, é quase certeza que é golpe", ressalta Simoni. Em caso de dúvida, vale pesquisar informações nos sites oficiais para checar número e outros dados que possam indicar a fraude ou não.

Dicas para não cair em golpes pelo WhatsApp ou outras redes sociais:

  • Instale no celular aplicativos de segurança que alertam sobre o recebimento de links suspeitos
  • Desconfie de qualquer link e avalie bem antes de clicar em algum, mesmo que enviado por uma pessoa conhecida (ela pode ter o aparelho hackeado)
  • Na dúvida, em vez de clicar no link de uma empresa ou instituição, acesse o site oficial e procure informações que lhe ajudem a descobrir se o link recebido é legítimo ou uma fraude
  • Mantenha seus programas e aplicativos sempre atualizados. No geral, as atualizações trazem recursos que corrigem brechas de segurança
  • Evite entrar em redes wi-fi que você não conhece
  • Não deixe o WhatsApp funcionando em computadores pessoais ou de trabalho quando não estiver utilizando a máquina
  • Se possível, habilite o reconhecimento facial para acessar programas
  • Habilite a autenticação de dois fatores na sua conta de WhatsApp
  • Fique atento ao comportamento do seu celular. Ligações de números desconhecidos, aplicativos fechando sem explicação e chips que não funcionam podem significar que você foi atacado
  • Evite colocar informações pessoais nas redes sociais. Qualquer informação pode ser usada para um ataque de engenharia social (quando o golpista usa a persuasão para conseguir informações confidenciais), ou ataque phishing (mensagens inofensivas, mas que ,na verdade, escondem um malware)
  • Caso algum desconhecido entre em contato, procure confirmar a autenticidade da pessoa. Tente buscar provas de que a pessoa com quem conversa é quem diz ser. Uma dica: peça para que ela lhe contacte por outra plataforma, como por uma conta verificada no Facebook ou um endereço de e-mail

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