Crime

Ministério Público oferece 13ª denúncia contra João de Deus

Nova denúncia da promotoria de Abadiânia envolve estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude contra 18 mulheres

Jéssica Gotlib
postado em 16/12/2020 16:06
As 12 primeiras denúncias contra o líder religioso se tornaram públicas em 2018 -  (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
As 12 primeiras denúncias contra o líder religioso se tornaram públicas em 2018 - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A 13ª denúncia contra João Teixeira de Faria, o suposto médium João de Deus, foi oferecida nesta terça-feira (16/12) pela Promotoria de Justiça de Abadiânia. O relatório do Ministério Público de Goiás (MP-GO) aponta prática de estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude, envolvendo 18 mulheres.

No documento, os promotores relatam que os crimes ocorreram entre 1999 e 2018. Para sustentar as acusações, eles colheram relatos, testemunhos, fotografias e documentos. A denúncia coloca que as novas vítimas são dos estados de Goiás, Pará, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia, além do Distrito Federal.

As outras 11 vítimas de processos prescritos devem figurar como testemunhas nestes novos casos. João de Deus já foi condenado à prisão por outras duas denúncias. Em uma delas, recebeu pena de 40 anos de reclusão por cinco estupros de vulneráveis. Na outra, foi considerado culpado por violação sexual mediante fraude, na modalidade tentada; violação sexual mediante fraude; e dois estupros de vulneráveis, com pena de 19 anos e 4 meses.

O suposto médium tem ainda uma terceira condenação, essa não ligada a crimes sexuais, mas por posse irregular de arma de fogo de uso permitido e por posse irregular de arma de fogo de uso restrito. Por esses crimes, deve cumprir quatro anos de prisão.

Relembre

As primeiras denúncias contra o líder religioso do interior de Goiás vieram a público em 2018. João de Deus teve a prisão decretada, prestou depoimento e algumas acusações foram rejeitadas pela prescrição dos crimes cometidos. Na época, o Correio conversou com uma das vítimas, que mora no Distrito Federal e relatou abusos sofridos em 2006.

No início deste ano, o jornalista Chico Felitti publicou A casalivro em que conta como funcionava a comunidade no entorno do homem que era visto como um mensageiro da fé por brasileiros e estrangeiros.

Condenado em três processos, João de Deus cumpre prisão domiciliar após passar 12 dias internado na UTI do Hospital Sírio Libanês de Brasília.

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