Desmatamento

Governo Bolsonaro está negociando reativação do Fundo Amazônia

Segundo o embaixador José Buainain Sarquis, o Brasil está tratando do assunto com a Alemanha e a Noruega

Marina Barbosa
postado em 16/12/2020 17:55 / atualizado em 16/12/2020 17:56
 (crédito: Joao LAET / AFP)
(crédito: Joao LAET / AFP)

O governo brasileiro está negociando a reativação do Fundo Amazônia com a Noruega e a Alemanha. A informação é do secretário de Comércio Exterior e Assuntos Econômicos do Ministério das Relações Exteriores, o embaixador José Buainain Sarquis. "O fundo está sendo rediscutido com seus aportadores, a Noruega e a Alemanha. E deverá ser reativado. Há bons entendimentos nesse sentido", afirmou Sarquis, nesta quarta-feira (14/12), durante o lançamento do Relatório Econômico da OCDE sobre o Brasil, no qual a OCDE cobra o reforço das medidas de combate ao desmatamento na Amazônia.

O embaixador acrescentou que "o espírito de operação do Fundo vai em linha com a Agenda 2030 do desenvolvimento sustentável, com respeito às legislação nacionais, que o Brasil tem buscado fortalecer, e com respeito aos objetivos do desenvolvimento sustentável, conforme o país estabelece na sua estratégia de desenvolvimento".

O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, já criticou diversas vezes a ajuda oferecida por outros países para a preservação da floresta amazônica. Para ele, o que países como a Alemanha desejam é comprar a Amazônia. Por isso, o governo Bolsonaro tem defendido de forma enfática a soberania brasileira na floresta e, no ano passado, extingiu os comitês técnicos do Fundo Amazônia. Como consequência desse posicionamento e do avanço das queimadas, a Noruega e a Alemanha suspenderam repasses que somariam R$ 288 milhões para o Fundo Amazônia no ano passado.

Papel importante

Sarquis, por sua vez, disse que, ao longo dos últimos dez anos, o Fundo Amazônia teve um papel importante nas fiscalizações ambientais, na regularização dos imóveis rurais e no desenvolvimento de pesquisas científicas na floresta. Afinal, já movimentou cerca de US$ 500 milhões. As atividades do Fundo Amazônia também foram defendidas pela OCDE nesta quarta-feira. No relatório sobre o Brasil, a OCDE defendeu que o financiamento internacional deve fazer parta da estratégia de preservação da Amazônia dada a dimensão da floresta.

O embaixador não detalhou os termos da negociação sobre a retomada do Fundo. Porém, no evento da OCDE, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu que o país precisa "erradicar a mineração ilegal, a derrubada de florestas ilegal e o desmatamento ilegal"

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