obituário

Morre, aos 64 anos, Masataka Ota, pai do menino Ives Ota, em São Paulo

Ex-vereador faleceu aos 64 anos, vítima de câncer. Ele ficou conhecido pela luta por justiça após o sequestro e assassinato do filho de 8 anos, em 1997

Correio Braziliense
postado em 25/02/2021 19:13 / atualizado em 25/02/2021 19:55
 (crédito: Marcos Fernandes/CB/D.A Press)
(crédito: Marcos Fernandes/CB/D.A Press)

Morreu o empresário e ex-vereador Masataka Ota, nessa quarta-feira (24/2), em São Paulo. Ele tinha 64 anos, e estava internado para tratar um câncer, no Hospital Sírio Libanês. Masataka ficou conhecido depois que o filho Ives Ota foi assassinado, aos 8 anos, durante um sequestro, em 1997.

Após a morte do filho, Masataka e a esposa, Keiko Ota, fundaram o Instituto Ives Ota, uma ONG que contribui com o trabalho comunitário na Zona Leste de São Paulo, onde a família vivia. O casal também fez campanhas para punições mais severas a crimes hediondos. O tema foi defendido por Masataka em dois mandatos como vereador em São Paulo: de 2013 a 2020.

Junto a Keiko Ota, Masataka fundou o Movimento Paz e Justiça. Ambos ficaram conhecidos nacionalmente por terem se encontrado com os três assassinos do filho e os perdoado. Os acusados, um motoboy e dois policiais, foram condenados e cumprem penas que vão de 43 a 45 anos.

No ano da morte do filho, eles organizaram um abaixo-assinado contra a proposta de redução de pena para crimes hediondos de 30 para 15 anos. Conseguiram 3 milhões de assinaturas, algumas do exterior.

Masataka nasceu em 1956, em Tomigusuku, Okinawa, no Japão. Ele deixa a mulher, Keiko Ota, com quem esteve casado por mais de 30 anos, e três filhos.

Por uma rede social, o ex-governador de São Paulo Márcio Franca lamentou a morte de Masataka.
"Adeus meu amigo. Vai finalmente abraçar seu amado filhinho, Ives Ota", escreveu.

 

 

Caso Ives Ota

Em agosto de 1997, Ives Ota foi sequestrado de sua casa, na Vila Carrão, zona leste de São Paulo. O grupo pediu um resgate pelo menino e o matou após a criança ter identificado que um dos sequestradores trabalhava como segurança da família.

A criança foi morta a tiros, e o corpo, enterrado dentro da casa de um dos assassinos — um motoboy. Dois policiais militares também participaram do crime.

 

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