MEIO AMBIENTE

Evento on-line em defesa da Amazônia discute acordo entre Bolsonaro e Biden

Participantes questionaram, nesta quinta-feira (15/4), o real motivo do acordo, visto que questões ambientais não são uma prioridade do atual governo brasileiro

Pedro Ícaro*
postado em 15/04/2021 18:52 / atualizado em 15/04/2021 18:53
 (crédito: Facebook/Reprodução)
(crédito: Facebook/Reprodução)

Evento para discutir o acordo que o governo Bolsonaro pretende fazer com os Estados Unidos aconteceu nesta quinta-feira (15/4) questionou as motivações do presidente Jair Bolsonaro em acenar ao líder americano Joe Biden, já que questões ambientais não são uma prioridade do atual governo brasileiro. Promovido pelo Fórum Nacional Permanente em Defesa da Amazônia, “Emergência Amazônica — Em defesa da Floresta e da Vida” reuniu virtualmente ambientalistas, artistas, parlamentares, representantes indígenas, quilombolas e pessoas do campo.

“Nós discordamos de fazer acordo de portas fechadas sem a participação do Fórum de Governadores, sem a participação do Congresso, sem a participação dos povos da Amazônia, sem a participação da sociedade civil. Discordamos do método, porém somos favoráveis à cooperação internacional, pela importância global que a Amazônia tem e pela dívida histórica que outros países têm conosco”, enfatizou o deputado Airton Faleiro (PT), coordenador do Fórum Nacional Permanente em Defesa da Amazônia.

Coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Sônia Guajajara explanou no evento sobre o posicionamento da organização e o que a ação representa.

“Qualquer projeto para ajudar o Brasil deve ser construído a partir do diálogo com a sociedade civil, com os governos estaduais, com as universidades e, sobretudo, com as populações locais. Até hoje, soubemos proteger as florestas e tudo que elas abrigam. Nenhum acordo ou transferência de recurso deve ser considerado antes da redução do desmatamento aos níveis exigidos pela legislação”, disse.

Uma carta em defesa da Amazônia foi enviada ao governo dos Estados Unidos e assinada por 53 parlamentares e mais de 60 organizações da sociedade civil, como Greenpeace Brasil, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Observatório do Clima (OC). No documento, endossam o auxílio internacional, porém afirmam que, apesar de ser um dever do Estado, a proteção das florestas e dos seus povos não é uma prioridade do governo brasileiro.

“É inaceitável a conduta adotada pelo Brasil neste processo sem inteirar a sociedade sobre a construção de um possível acordo. Ao mesmo tempo, é alarmante que o governo dos Estados Unidos atribua confiança a um governo que empenha o negacionismo climático e tem a Amazônia e aqueles que lutam por sua conservação como inimigos”, diz o documento.

Notícia-crime contra Salles

A Policia Federal do Amazonas enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime contra o Ministro Ricardo Salles e o senador Telmário Mota (PROS-RR). Alexandre de Saraiva, então superintendente da PF no Amazonas, afirma em documento que o ministro e o senador teriam feito declarações contrárias a uma operação em que foram apreendidos 200 mil metros cúbicos de madeira extraídas ilegalmente. No caso, os acusados teriam saído em defesa dos madeireiros e da legalidade do material apreendido.

A Polícia Federal anunciou nesta quinta-feira, contudo, a substituição do delegado Alexandre Saraiva, superintendente da corporação no Amazonas. O delegado estava no cargo há quatro anos, e será substituído por Leandro Almada, que chefiou o Grupo de Investigações Sensíveis do Amazonas.

*Estagiário sob supervisão de Andreia Castro

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