SENADO

"Ausência de civilidade", reclama CFM sobre trato aos médicos na CPI

Conselho Federal de Medicina divulga nota de repúdio contra senadores que ouvem os depoentes da CPI da Covid em nome de 530 mil médicos brasileiros

Talita de Souza
postado em 04/06/2021 18:33 / atualizado em 04/06/2021 18:33
 (crédito: Leopoldo Silva/Agência Senado)
(crédito: Leopoldo Silva/Agência Senado)

Em nota de repúdio, o Conselho Federal de Medicina afirma que os médicos convocados a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, no Senado, são "submetidos a situações de constrangimento e humilhação". A instituição classificou como "inaceitável e incoerente" o tratamento dado por senadores aos médicos e médicas ouvidos na CPI.

"O CFM e os 530 mil médicos repudiam veementemente os excessos e abusos no trato de parlamentares em relação aos depoentes e convidados, em especial médicos e médicas, e clama ao Senado Federal que os trabalhos sejam conduzidos com sobriedade", escreve o conselho.

De acordo com o documento, médicos procuraram o CFM para "manifestar sua insatisfação com a postura de membros da CPI" e afirmam que o tratamento menospreza a profissão de profissionais que têm auxiliado "milhões de pessoas" a recuperar a saúde após o contágio da covid-19.

O conselho frisa, no entanto, que a nota não significa apoio aos posicionamentos técnicos, éticos e políticos dos depoentes e que "eles responderão por suas ações e omissões". A nota será encaminhada ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

A nota foi divulgada na quarta-feira (2/6), um dia após a oncologista Nise Yamaguchi prestar depoimento na CPI, na terça-feira (1º/6). Na ocasião, o senador, e também médico, Otto Alencar questionou a médica com veemência sobre o posicionamento de Nise a favor da cloroquina. O parlamentar afirmou que a médica mentiu e apresentou “desonestidade científica”.

Bolsonaro divulga vídeo e apoia CFM nas manifestações contra senadores

Na noite da quarta-feira (2/6), o presidente Jair Bolsonaro divulgou vídeo nas redes sociais no qual o presidente do CFM, Mauro Ribeiro, faz críticas ao tratamento dado à Nise e à pediatra Mayra Pinheiro, ouvidas na CPI. O presidente escreveu no post que “falta coragem moral para a maioria de seus integrantes para apurar desvios de recursos e ouvir autoridades como o presidente do CFM”.

 

 

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