Pandemia

Queiroga fala em evitar transmissão comunitária da variante Delta, mas cepa já circula em estados

Em coletiva de imprensa, o ministro da Saúde voltou a defender o retorno às aulas presenciais e às atividades econômicas

A variante Delta do novo coronavírus já circula em alguns estados brasileiros, que confirmaram transmissão comunitária — quando não é possível rastrear a origem dos casos. É o caso de São Paulo e do Rio de Janeiro, que reúnem a maioria dos casos da nova cepa. Mesmo diante deste cenário, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou nesta quarta-feira (21/7) em medidas "para evitar que haja transmissão comunitária da variante Delta no país" e defendeu o retorno às aulas presenciais e atividades econômicas. 

Segundo o ministro as variantes do vírus tem atenção da pasta, que já contabilizava 122 casos da Delta em nove estados até esta terça-feira (20). Nesta quarta (21), o Distrito Federal entrou para a lista ao confirmar seis casos da nova cepa.

"A variante Delta está aí, e nós já temos uma centena de casos identificados. Nós precisamos conhecer bem qual o perfil desses indivíduos, qual percentual deles já estava vacinado com as duas doses da vacina e com uma dose da vacina, onde estão localizados, o isolamento dessas pessoas, para evitar que haja transmissão comunitária da variante Delta", disse Queiroga, em coletiva de imprensa que anunciou a expansão de serviços e equipes da atenção primária nos municípios.

No entanto, a preocupação do ministro é vista como atrasada já que a variante Delta já possui transmissão comunitária em alguns estados, como Rio de Janeiro e São Paulo. Ao Correio, a epidemiologista Ethel Maciel ressaltou que a fala do ministro chega "extremamente tarde" porque a transmissão já é comunitária no Brasil. "A nossa única dúvida nesse momento é quanto tempo vai levar para que esta variate seja a dominante no país", afirmou. 

Perante a disseminação da variante delta, primeiramente identificada na Índia, a epidemiologista indica que é necessário ampliar o número de pessoas com a segunda dose da vacina contra a covid-19, já que somente o esquema vacinal completo garante maior proteção contra a variante.

Para isso, Maciel defende a redução do intervalo entre a primeira e segunda dose das vacinas da AstraZeneca e da Pfizer, que atualmente é de 12 semanas. No entanto, a medida ainda não foi indicada pelo Ministério da Saúde. 

Volta às aulas

Mesmo diante desse cenário de disseminação da variante delta, Queiroga voltou a defender o retorno às aulas presenciais. "Nós temos que trabalhar para voltar às aulas no Brasil e, para isso, protocolos têm que ser seguidos, e temos que vacinar a população brasileira. Isso que a gente tem feito", pontuou. 

O gestor da pasta da Saúde ainda comentou sobre o retorno do público nos jogos de futebol, como acontecerá no DF nesta quarta (21) com o jogo da Libertadores entre Flamengo x Defensa y Justicia. 

"É necessário que já consigamos promover um retorno às atividades econômicas do Brasil. Temos uma capacidade de leitos disponíveis nos hospitais e vamos conviver com essa situação pandêmica até que consigamos controlá-la de uma maneira definitiva", indicou. 

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