As doenças respiratórias graves têm atingido um número cada vez maior de brasileiros, muitos perdendo a vida antes mesmo de terem o diagnóstico adequado. Não por acaso, médicos têm feito alertas contundentes para que políticas públicas consistentes sejam adotadas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), que deu provas da sua força durante a pandemia do novo coronavírus. Sem o SUS, o desastre seria muito maior.
Pelo menos 58 milhões de pessoas no país têm algum tipo de doença respiratória. Entre as mais graves estão a fibrose cística, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), a asma grave e a hipertensão pulmonar. Para especialistas, essas patologias agravaram os casos de covid-19 e explicitaram o quanto um tratamento eficiente pode salvar vidas. “Temos um grande trabalho pela frente”, diz Cristiano Silveira, diretor de Políticas Públicas e Advocacy do Instituto Unidos pela Vida.
Ele ressalta que, ao mesmo tempo em que o país terá que universalizar o tratamento para as doenças pulmonares graves, enfrentará consequência pesadas do pós-covid, com a necessidade de implantação de centros de reabilitação pulmonar e a urgência de se ampliar as doações de órgãos para transplantes. Com a pandemia, muitos casos se agravaram e a fila de espera por um pulmão aumentou.
Para o deputado Pedro Westphalen (PP-RS), o Congresso terá papel crucial no processo de tornar os tratamentos para as doenças pulmonares graves mais acessíveis. Muitos dos medicamentos usados pelos pacientes não estão disponíveis na rede pública, aumentando o sofrimento da população e ampliando o risco de morte. Segundo o deputado Luiz Antônio Teixeira Jr, o Dr. Luizinho (PP-RJ), testes básicos, como o do pezinho, podem salvar muitas vidas, pois permitem a identificação precoce das doenças. Mas é preciso conscientizar a população da importância desses exames.
Custos
As doenças pulmonares graves foram tema do Correio Talks, realizado em 30 de setembro, que contou com a participação de especialistas e parlamentares dedicados em pensar políticas para a saúde pública. As doenças respiratórias crônicas estão aumentando, particularmente, entre crianças e idosos. Afetam a qualidade de vida e provocam incapacidade nos indivíduos afetados, causando grande impacto econômico e social.
Portanto, alerta o médico Rafael Stelmach, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Fundação ProAR, quanto mais cedo os diagnósticos forem feitos e mais consistentes forem os tratamentos, menores serão as consequências para os pacientes e para as redes hospitalares. Vidas serão poupadas e recursos, mais bem usados. Dados do Ministério da Saúde sobre doenças respiratórias crônicas apontam que os serviços de saúde, frequentemente, realizam abordagens restritas ao tratamento sintomático das exacerbações.
Como consequência, há um elevado número de internações desnecessárias, alta morbidade, visitas frequentes a serviços de urgência, além de recorrentes faltas ao trabalho e à escola, resultando em um enorme custo econômico e social. Passou da hora de mudar esse quadro dramático.
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