PANDEMIA

Brasileiro com covid-19 que passou pela África do Sul é colocado em isolamento

Não há confirmação se o caso é da variante ômicron. Análise laboratorial ficará pronta em até cinco dias

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou, no domingo (28/11), um passageiro brasileiro, vindo da África do Sul, que testou positivo para covid-19. Ele desembarcou em Guarulhos no sábado, em um voo da Ethiopian Airlines. No mesmo dia, a agência havia recomendado o fechamento as fronteiras com mais quatro países, além da própria África do Sul, de Botsuana, de Suazilândia, de Lesoto, da Namíbia e do Zimbábue. A portaria proibindo a entrada de viajantes desses países entra em vigor hoje.

Não há confirmação se o caso é da variante ômicron. O sequenciamento genético para a identificação da cepa do vírus está sendo feito pelo Instituto Adolfo Lutz, e a previsão é que a análise fique pronta em até cinco dias.

A Anvisa afirma que está fiscalizando e exigindo, por meio de portaria interministerial, que o viajante apresente exame PCR negativo para covid-19 realizado em, no máximo, 72 horas antes do voo internacional (na origem do voo). O passageiro em questão chegou ao Brasil com teste negativo, assintomático.

Após o desembarque, no entanto, a Anvisa foi informada às 21h12 de sábado sobre o resultado positivo do novo teste de RT-PCR, realizado pelo laboratório localizado no aeroporto de Guarulhos. Segundo a agência, diante do resultado, notificou o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) nacional, estadual e municipal, às 1h07 de ontem. A vigilância epidemiológica do Município de Guarulhos também foi acionada para acompanhamento do caso.

O paciente, que já está em isolamento, tem esquema vacinal completo. É um homem de 29 anos, morador de Guarulhos, que veio da Etiópia, está em casa e tem apenas sintomas leves da doença.

Fronteiras fechadas

O governo brasileiro decidiu, na sexta, tomar providências em relação à nova variante da covid-19, horas depois dos alertas da Anvisa e do Ministério da Saúde. A Portaria Interministerial nº 660 proibiu voos com destino ao Brasil que tenham origem ou passagem pelos países africanos.

De acordo com a norma vigente, o viajante brasileiro procedente ou com passagem pelos países citados nos últimos 14 dias antes do embarque, ao ingressar no território brasileiro, deverá permanecer em quarentena por duas semanas na cidade de destino.

A Anvisa reforça que realiza a triagem em aeroportos brasileiros desde o início da pandemia, a fim de adotar as ações de prevenção e promoção da saúde nos casos de identificação de viajantes infectados pelo Sars-Cov-2. Mas reitera que não cabe ao órgão estabelecer ou monitorar a quarentena dos infectados ou de seus contactantes. 

Principal arma

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, ontem, que a principal arma para enfrentar a nova variante é a campanha de imunização. Segundo ele, o Brasil está muito bem nesta parte. "Já distribuímos mais de 372 milhões de doses de vacinas, das quais 308 milhões foram aplicadas", disse, em live no Instagram.

Os secretários Rodrigo Cruz (secretaria-executiva), Arnaldo Medeiros (Vigilância em Saúde) e Sérgio Okane (Atenção Especializada à Saúde) participaram da live com o ministro e reforçaram a importância da vacinação. Arnaldo Medeiros disse que "é extremamente importante que mantenhamos foco na campanha de vacinação, com a utilização de medidas não-farmacológicas, evitando aglomerações fúteis".

Para Queiroga, a ômicron preocupa, mas não é necessário desespero da população. "A variante tem causado atenção das autoridades sanitárias do mundo todo e aqui no Brasil também. Gostaria de tranquilizar os brasileiros, porque os cuidados com essa variante são os mesmos cuidados com as outras", disse.

"Estamos nos aproximando das festas de fim de ano, é uma boa oportunidade para confraternização das famílias, evitando grandes eventos em massa, porque ainda temos uma pandemia. Ficou bem mais controlada graças ao esforço do SUS, mas sabemos que só estaremos seguros quando todos estiverem vacinados", ressaltou o ministro.

 

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