Imunizantes

Butantan inaugura nova fábrica de vacinas em São Paulo

Centro de Produção Multipropósito de Vacinas terá capacidade de produzir 100 milhões de doses por ano

Tainá Andrade
postado em 25/03/2022 16:17 / atualizado em 25/03/2022 16:59
 (crédito: Nelson Almeida/AFP)
(crédito: Nelson Almeida/AFP)

Seis meses depois da data prevista, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), inaugurou, nesta sexta-feira (25/3), o novo complexo de produção de vacinas do Instituto Butantan. O Centro de Produção Multipropósito de Vacinas terá capacidade de produzir 100 milhões de doses por ano e foi construído com investimentos que somam R$ 189 milhões, valor que o governo paulista diz ter sido fruto de doações de 75 empresas privadas e de três pessoas físicas.

O espaço de três andares, localizado na zona oeste de São Paulo, será utilizado para a produção de 100 milhões de doses por ano, desde a primeira etapa do processo. Hoje, somente o envasamento da vacina CoronaVac é feito no país, e o insumo é preparado na fábrica da chinesa Sinovac.

Com a nova instalação, além da CoronaVac, serão produzidas vacinas contra raiva, zika e hepatite A. A ideia não é só ampliar a variedade de imunizantes fabricados nacionalmente, mas aumentar a capacidade para fornecer imunizantes aos parceiros na América Latina.

“É uma fábrica 100% digital e sustentável que vai gerar cerca de 130 empregos diretos, com engenheiros, especialistas de todas as idades, homens e mulheres. Esta fábrica é uma vitória de São Paulo e do Brasil. São Paulo apoia, respeita e prestigia a ciência. Já ofereceu a vacina a mais de 120 milhões de braços”, afirmou o governador de São Paulo na inauguração.

Estrutura

Foram investidos R$ 189 milhões, sendo R$ 80,9 milhões doados por empresas privadas à Fundação Butantan e R$ 108,7 milhões enviados diretamente para a organização da sociedade civil Comunitas, responsável pela arrecadação.

Apesar do atraso na entrega, o prédio já existia. O espaço era pensado inicialmente para ser uma fábrica de hemoderivados do Butantan. Foi preciso então adaptar a sua estrutura para a nova função do local. Foram construídos laboratórios de biossegurança nível 3, para manipular material biológico infectante, no caso vírus e bactérias.

Composto por dois prédios, a dinâmica nos processos começará no andar mais alto e as soluções do processo de produção serão tratadas e enviadas ao térreo, onde ficará a produção. O subsolo será destinado à área de descontaminação de efluentes.

O projeto foi pensado para se adequar ao desenvolvimento de outros antígenos virais com base celular. Portanto, em caso de uma nova emergência sanitária, o Brasil terá condições de iniciar rapidamente a produção de eventuais novas vacinas.

Protesto

Durante a apresentação da nova fábrica pelo governador de São Paulo, João Doria, dezenas de pesquisadores e cientistas do Instituto Butantan faziam um protesto no local, reclamando que estão sem reajuste desde 2011. "Se vacina boa é vacina no braço, ciência bem feita se faz com cientistas valorizados", dizia uma faixa que os manifestantes seguravam na manifestação.

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