Cobertura Vacinal Infantil

RJ alerta sobre baixa vacinação para doenças erradicadas em crianças

Levantamento da secretaria de saúde do estado apontou cenário "alarmante". O secretário municipal de saúde atribuiu a baixa a um efeito pós-pandêmico

Tainá Andrade
postado em 25/03/2022 21:08 / atualizado em 25/03/2022 21:09
Rio de Janeiro está com baixa cobertura vacinal infantil para doenças que fazem parte da tríplice viral — rubéola, sarampo e poliomielite -  (crédito: AFP)
Rio de Janeiro está com baixa cobertura vacinal infantil para doenças que fazem parte da tríplice viral — rubéola, sarampo e poliomielite - (crédito: AFP)

Houve uma queda na cobertura da vacinação infantil nos últimos cinco anos, de acordo com a Gerência de Imunizações da Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro. O levantamento divulgado, nesta sexta-feira (25/3), apontou um cenário "alarmante", em que os índices são os menores desde 2002. A pasta evidenciou que esse foi um dos impactos da pandemia de covid-19, em 2020.

Conforme o estudo, com exceção da vacina BCG, oferecida nas maternidades, aproximadamente 40% dos bebês do estado deixaram de ser imunizados. A primeira dose da vacina tríplice viral, que corresponde à imunização para as três doenças, teve queda de aproximadamente 40% em comparação com 2017.

Na etapa de reforço, a redução é mais drástica, em torno de 46%. “A segunda dose deve ser aplicada em crianças de 15 meses a 4 anos de idade. A meta preconizada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) é a imunização de 95% do público-alvo”, informou a SES.

O secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, atribui os dados ao efeito pandêmico que, ao isolar a população, dificultou o acesso aos postos de vacinação. Além disso, não fazia sentido os pais levarem os filhos para vacinar em um momento crítico de calamidade de saúde pública. Por isso, de acordo com ele, muitas doenças foram negligenciadas.

“A gente precisa muito do apoio dos pais e da sociedade para que mantenham seus filhos imunizados não só para a covid-19, mas para todas as doenças. Hoje nos preocupa muito a reintrodução de doenças que já haviam sido erradicadas há muito tempo. Agora temos um momento muito diferente, uma baixa taxa de transmissão, a menor desde o início da pandemia. As unidades são seguras para as mães levarem os filhos para se vacinar. Ele considera que não fazia sentido uma mãe levar a criança para tomar a vacina quando todos estavam doentes, no momento crítico da covid-19, o que não ocorre agora. É muito importante que os pais levem seus filhos para vacinar”, reforçou.

Números e dados para entender as doenças

Doenças como caxumba, rubéola e sarampo aumentaram no estado. Em 2017, a cobertura vacinal era 67,96% e em 2021 foi para 36,25%. Segundo a SES, em 2020 o Rio registrou 1.302 casos de sarampo — em 2019 foram 526 casos registrados, por exemplo. Isso é o equivalente a uma alta de 147% em um período de dois anos.

Já para a poliomielite a queda na aplicação da primeira dose da vacina é de aproximadamente 41%. O destaque maior ficou com a terceira dose de reforço, aplicada aos 4 anos de idade. Em 2017, a taxa era de 65,59%, mas em 2021 caiu para 38,07%.

O Rio de Janeiro tem feito uma força-tarefa com os 4.600 agentes comunitários de saúde. Eles estão buscando ativamente nas escolas e residências as cadernetas de vacinação tanto para covid, quanto para as demais doenças. Para Soranz, o trabalho é fundamental para conter o cenário.

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