Uma roda de conversa reuniu a fundadora do Movimento da Juventude Indígena, Txai Suruí, a deputada federal Vivi Reis (PSOL-PA), a senadora Eliziane Gama (Cidadania-Ma) e a ex-ministra Marina Silva (Rede-AC) no Acampamento Terra Livre, em Brasília. A reunião ocorreu nesta terça-feira (5/4), com o intuito de aproximar as parlamentares das situações vividas pelos povos indígenas do Norte do país.
O ato resultou em duas reuniões agendadas para as próximas quarta e quinta-feira, na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal. O Movimento da Juventude construirá, em conjunto, uma carta para levar aos parlamentares e pré-candidatos para que assumam o compromisso com a causa indígena. A ideia é aproveitar a ida ao Congresso Nacional também para coletar assinaturas.
“Queremos mostrar o problema que está acontecendo em Rondônia com a construção da hidrelétrica Tabajara. Os povos Araras e Gavião serão afetados por esse projeto, que passa pela bacia hidrográfica deles, e os técnicos estão falando que não. Eles não foram consultados nas avaliações. São danos como enchentes, mudança no curso do rio, cuja influência é direta na quantidade de peixes, que é o alimento deles”, explicou Txai, que fez o convite logo após a Plenária com a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas (FPMDDPI).
A líder da juventude de Rondônia, Camila Puruborá, manifestou-se em nome dos povos Kujubim Migueleno, Wuajuru e Guarasugwe, que sofrem com a falta de demarcação de seus territórios. “Vocês acham que a Funai está perto para resolver nosso problema, mas estão distantes, além do problema com a falta de representatividade”, disse. Ela exigiu, também, a inclusão dos povos Araras e Gavião nos estudos para a construção da hidrelétrica.
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Fortalecimento de laços
Marina Silva, que relembrou sua presença em todas as edições do acampamento, reafirmou que esse é um momento fundamental para fortalecer os laços com os povos indígenas. “Nunca antes esses povos foram tão ameaçados. A própria existência de leis como as que estão tramitando mostram uma nova etapa de eliminação deles. Tira a força gregária do povo”, afirmou.
A conversa de Puruborá com a ex-senadora surtiu efeitos. A líder acatou a sugestão de preparar cartas com as demandas junto aos povos para serem enviadas ao Ministério Público, aos senadores e deputados.
“A vinda delas é importante para sermos ouvidos. Elas nos defendem, mas muitas não conhecem a realidade. Assim, alguma coisa pode ser feita, podemos ter uma devolutiva”, opinou Camila Puruborá.
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