RECIFE

Fim de semana em Recife foi marcado por 35 mortes causadas pelo temporal

Sábado foi trágico para os moradores da Região Metropolitana da capital de Pernambuco. Chuvas atingem outros estados

Deborah Hana Cardoso
postado em 29/05/2022 06:57 / atualizado em 29/05/2022 06:58
 (crédito: PEDRO DE PAUL/ESTADÃO CONTEÚDO )
(crédito: PEDRO DE PAUL/ESTADÃO CONTEÚDO )

O fim de semana começou com os moradores da Grande Recife contando os mortos do temporal que atingiu, ontem, a região, castigada pelas chuvas desde o início da semana passada. Com as vítimas de ontem (29/5), subiu para 35 o número de óbitos na região metropolitana da capital de Pernambuco, a maior parte vitimada por deslizamentos de terra, conforme informou a Defesa Civil do estado. A Central de Operações da Coordenadoria de Defesa Civil do Estado de Pernambuco (Codecipe) aponta ainda para a existência de 516 pessoas desalojadas e 249 desabrigadas.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, sobrevoou a região afetada, na qual cerca de 1,2 mil militares trabalham com a ajuda de três helicópteros, barcos e veículos pesados.

 

O governador confirmou, em entrevista coletiva, que antecipou a nomeação de 92 bombeiros militares, que se juntarão à força-tarefa que está em campo, na ajuda aos desabrigados e na procura por mais vítimas. Os novatos deverão reforçar os trabalhos de resgate a partir de hoje.

"Ao mesmo tempo, solicitei às Forças Armadas o envio de efetivo e de equipamentos que possam nos ajudar nesse trabalho, que continua. As equipes estão mobilizadas, o comitê de crise está trabalhando e vamos continuar monitorando as chuvas em todo o nosso estado", disse Câmara.

Em resposta, o presidente Jair Bolsonaro (PL), por meio de sua conta no Twitter, informou que estava mobilizando não só os militares, mas também os ministérios da Defesa e da Cidadania para reforçar a atenção ao estado.

Vídeos postados nas redes sociais mostram amplas avenidas alagadas em vários municípios, casas desabando, rios transbordando e morros caindo em meio a gritos de desespero da população.

Entre a noite de sexta e a manhã de sábado, o volume de chuvas chegou a 236 milímetros em alguns pontos da capital pernambucana, segundo a prefeitura. Isso equivale a mais de 70% da previsão para todo o mês de maio na cidade.

No Aeroporto Internacional do Recife, 30 metros do muro do aeroporto cederam. Apesar disso, permaneceu operando normalmente.  "Uma cerca provisória está sendo instalada e equipes de vigilância estão no local permanentemente para impedir possíveis acessos não autorizados", informou em nota.

A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) manteve para hoje o estado de alerta nas seguintes regiões, que ainda podem receber grandes volumes de chuva: Zona da Mata Norte, Região Metropolitana do Recife, Agreste e Zona da Mata Sul. "A população deve seguir as orientações da Defesa Civil."

Nordeste

Além da calamidade em Pernambuco, Alagoas também registra fortes precipitações desde 25 de maio. O governo estadual decretou emergência em mais de 30 cidades que têm famílias desalojadas e desabrigadas.

Ontem, o governo federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), anunciou a liberação de R$ 2,5 milhões para assistência aos estados atingidos pelos temporais. Os recursos deverão chegar nos próximos dias às cidades afetadas. A primeira remessa será destinada a Rio Largo e São Miguel dos Campos, em Alagoas.

Além disso, o governo federal reconheceu a situação de emergência em mais 13 municípios: Feliz Deserto, São Miguel dos Campos, Traipu, Maceió, Barra de São Miguel, Boca da Mata, Coité do Nóia, Coruripe, Roteiro, Rio Largo, Penedo, Santa Luzia do Norte e Marechal Deodoro. Alagoas já tem 33 municípios em situação de emergência por causa das chuvas. "Fizemos uma primeira liberação de R$ 2,5 milhões para ações de socorro e assistência humanitária nas duas cidades em situações mais críticas", tuitou Bolsonaro.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alertas também para Paraíba e Rio Grande do Norte. Em Campina Grande (PB), as chuvas deixaram 14 famílias desalojadas. Em Natal, as intensas chuvas causaram alagamentos.

 


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