violência

Morte de adolescentes na Amazônia Legal é 34,3% maior que a média brasileira

Os dados da pesquisa incluem casos de homicídio doloso, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais

Isabel Dourado*
postado em 22/09/2022 19:24 / atualizado em 22/09/2022 19:28
O levantamento foi feito a pedido da Agenda 227, movimento que reúne diversas entidades em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes -  (crédito: Nino Carè/Pixabay)
O levantamento foi feito a pedido da Agenda 227, movimento que reúne diversas entidades em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes - (crédito: Nino Carè/Pixabay)

As mortes brutais do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, na região do vale do Javari, no Amazonas, levantaram mais uma vez o debate sobre o índice de violência na região. Segundo o levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta quarta-feira (22/9) mostrou que a taxa de assassinatos intencionais de crianças a adolescentes até 19 anos de idade na Amazônia Legal é 34,3% maior do que a média brasileira.

O levantamento foi feito a pedido da Agenda 227, movimento que reúne diversas entidades em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes. A pesquisa mostra que a taxa de assassinatos de pessoas dessa faixa etária a cada 100 mil habitantes foi de 11,1 na Amazônia e de 8,7 no Brasil.

Os dados incluem casos de homicídio doloso, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais. A região concentra 20,7% das mortes violentas intencionais de crianças e adolescentes no Brasil, enquanto a parcela da população nesta faixa etária vivendo no território da Amazônia legal é de 16,3%.

A população da Amazônia Legal enfrenta problemas sociais, ambientais e segurança como o garimpo, grilagem de terras, narcotráfico, extração ilegal de madeira e caça e pesca ilegais. Há bastante tempo, a região Amazônica vem enfrentando problemas relacionados à instabilidade social e política em torno das fronteiras, as facções do crime organizado que atuam no Brasil passaram a enxergar a Amazônia como região estratégica para a geopolítica do narcotráfico.

Outro indicador de violência que consta no relatório é a violência sexual contra crianças e adolescentes, que também aparece exacerbado na Amazônia Legal. Lá a taxa de estupros e adolescentes é 7,6% maior que a média nacional (85,5 casos por 100 mil habitantes de 0 a 19 anos) e chega a 90,9 estupros a cada 100 mil pessoas nesta faixa etária.

*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes

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