Violência contra jornalistas

Flávio Dino anuncia setor de interlocução entre imprensa e Judiciário

A decisão de instalar o Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas visa garantir celeridade no diálogo entre os profissionais de imprensa que sofreram ataques no exercício da profissão e o poder Judiciário

Tainá Andrade
postado em 17/01/2023 17:40 / atualizado em 17/01/2023 17:40
 (crédito: Jorge William)
(crédito: Jorge William)

Em abertura de diálogo com entidades que representam jornalistas, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, decidiu instalar o Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas na pasta. O setor será responsável por fazer a interlocução de profissionais da imprensa com o Judiciário e sistemas de segurança e justiça.

“Acolhendo o pedido das entidades sindicais dos jornalistas, vamos instalar no Ministério da Justiça o Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas, a fim de dialogar com o Poder Judiciário e demais instituições do sistema de justiça e de segurança pública”, anunciou Dino pelas redes sociais.

A decisão foi tomada após um encontro do ministro com o interventor federal na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, o secretário Nacional de Segurança Pública (Senasp), Tadeu Alencar, e representantes da imprensa.

Dino quer, a partir de agora, cessar com a onda de violência que se voltou contra a imprensa. “Mostra que a gente sai de um período de quatro anos sem nenhum diálogo com o governo federal, para um período em que temos a possibilidade de construir medidas concretas para garantir o livre exercício do jornalismo no país”, observou Samira de Castro, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). A representante propôs, ainda, uma campanha do ministério com as forças de segurança no sentido de trabalhar junto à sociedade o respeito e a necessidade de garantir a liberdade de imprensa.

Escalada da violência

A pauta sobre a segurança dos profissionais de imprensa ganhou força principalmente após relatos de mulheres e homens que sofreram agressões, insultos, ameaças, cerceamento e roubo de seus equipamentos durante a cobertura dos atos terroristas de 8 de janeiro e da desocupação dos acampamentos bolsonaristas em frente a quartéis nos estados.

Nas ocasiões, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Fenaj levantaram um total de 37 ocorrências e mais de 40 profissionais atacados no exercício da profissão. Na capital federal, durante os ataques extremistas, foram 16 casos registrados.

Além disso, durante os quatro anos de governo Bolsonaro, a escalada da violência contra a imprensa deu um salto, inclusive por meio digital. No Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2020, produzido pela Fenaj, foi apontado que, apenas no último ano de governo Bolsonaro, ocorreu o aumento de 105,77% no número de episódios de violências contra profissionais da imprensa.

“Quando o jornalismo é atacado, é um sinal inequívoco de que a democracia está sob ataque. Foi muito importante prestar nosso apoio integral à atividade profissional de jornalismo e aos jornalistas, além de nos colocar à disposição para apurar todo tipo de violência sofrida pelos profissionais de comunicação no Brasil”, defendeu Ricardo Cappelli.

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