Questão Indígena

Mulher ianomâmi morre por desnutrição e associação pede o não uso de fotos

A informação foi dada pela Urihi Associação Yanomami. Associação ainda pediu: "Gostaríamos de pedir a todos que evitem a partir deste momento o compartilhamento da imagem dela"

Tainá Andrade
postado em 22/01/2023 19:02 / atualizado em 22/01/2023 19:02
Crise no povo ianomâmi fez mais uma vítima. O Correio não divulgará a imagem da mulher morta em respeito à cultura da indígena -  (crédito:  Condisi-YY/Divulgação)
Crise no povo ianomâmi fez mais uma vítima. O Correio não divulgará a imagem da mulher morta em respeito à cultura da indígena - (crédito: Condisi-YY/Divulgação)

A Urihi Associação Yanomami usou, neste domingo (22/1), as redes sociais para anunciar o falecimento de uma senhora ianomâmi por desnutrição. A mulher tinha uma foto tirada pela própria entidade circulando pelas redes sociais. Em uma nota de esclarecimento, a associação também solicitou que parem o compartilhamento da imagem e retirem as publicações — em respeito à cultura da etnia.

A associação informou que a morte foi constatada durante uma visita à comunidade Kataroa, na última semana. “Na cultura Yanomami, após o falecimento, não pronunciamos o nome da pessoa, queimamos todos os seus pertences, e não permitimos que fotografias permaneçam sendo divulgadas”, explicaram.

Até o momento, há a estimativa, pelo Ministério da Saúde, de que no ano passado 99 crianças tenham morrido por desnutrição, diarreia, pneumonia, agressão não especificada, entre outros fatores.

Ainda não há a contabilidade do total de pessoas que vieram a óbito em Boa Vista e na região de Surucucu, que fica no município de Alto Alegre, ao Norte de Roraima. A pasta está levantando informações para fazer um diagnóstico da situação.

“Gostaríamos de pedir a todos que evitem a partir deste momento o compartilhamento da imagem dela, entendemos a importância de levar ao mundo a situação drástica, mas por questões culturais a sua imagem não poderá mais ser divulgada”, informaram na nota.

“Estamos vivenciando uma crise humanitária. É um momento triste, mas continuamos com toda força para que o povo Yanomami tenha sua dignidade de volta”, complementaram.

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