SÃO PAULO

Violência sexual, física e psicológica: mulher acusa juiz de gravar estupro

Em janeiro, a vítima obteve medida protetiva na Justiça, que proíbe o magistrado de se aproximar ou manter contato com ela ou com os familiares dela. A defesa do juiz nega as acusações

Correio Braziliense
postado em 27/03/2023 10:52 / atualizado em 27/03/2023 10:52
 (crédito: Reprodução/Pixabay)
(crédito: Reprodução/Pixabay)

O juiz Valmir Maurici Júnior, da 5ª Vara Cível de Grarulhos, em São Paulo, está sendo acusado pela mulher por violência física, sexual e psicológica. Em janeiro, a vítima obteve medida protetiva na Justiça, que proíbe o magistrado de se aproximar ou manter contato com ela ou com seus familiares. A decisão também obrigou que Valmir entregasse a arma da qual tinha direito de posse por ser juiz.

O g1 obteve acesso aos vídeos que mostram as agressões sofridas pela mulher. Nos registros, o juiz dá tapas, empurrões, chutes e xinga a vítima. Em outro vídeo, gravado pelo próprio agressor, ele submete a mulher a uma relação sexual que, segundo ela, não teve consentimento — o que configura estupro.

O Ministério Público de São Paulo investiga o caso e trata os fatos como "gravíssimos". Para o órgão, o juiz "demonstrou comportamento violento, manipulador, desviado, e que potencialmente colocaria em risco a integridade da vítima e dos seus parentes".

"Ele usava de vários mecanismos para me deixar confusa. Ele falava: é só dar um tapa. Eu consegui perceber que saiu do contexto sexual quando eu tava na cozinha, fazendo alguma coisa, ele me dava um tapa na cara, puxava meu cabelo", relatou a vítima ao g1, em dezembro do ano passado. A mulher começou a gravar as agressões com o celular, escondido no quarto, para obter provas das violências que sofria.

Quando ela saiu de casa, levou um cofre que portava diversos arquivos, entre eles um vídeo gravado pelo próprio juiz, que registrou um estupro.

Na ocasião, Valmir Maurici chegou a denunciar a mulher por furto qualificado, o que resultou num inquérito, está em andamento na Delegacia de Caraguatatu. O material que estava dentro do cofre foi encaminhado para perícia no Ministério Público.

A vítima teve ansiedade, depressão e precisou ser internada com quadro psicótico em dezembro. "Eu não tenho vida mais. Perdi vontade de tudo, perdi vontade até de viver".

A defesa do magistrado nega todas as acusações e disse que "repudia com a mesma veemência vazamentos ilegais de processos que correm em segredo de Justiça".

 

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