ASTRONOMIA

Espetáculo raro no céu: meteoros e "raios vermelhos" são avistados em SC

O registro foi feito com quatro câmeras por um astrônomo amador. O fenômeno dos "raios vermelhos" é bastante raro e difícil de ser observado

Correio Braziliense
postado em 31/03/2023 09:49 / atualizado em 31/03/2023 09:49
 (crédito: Reprodução/Instagram/@meteorosmontecastelosc)
(crédito: Reprodução/Instagram/@meteorosmontecastelosc)

Um astrônomo amador conseguiu capturar imagens de meteoros e do fenômeno conhecido como "raios vermelhos" no céu de Monte Castelo, em Santa Catarina. O registro foi feito com quatro câmeras e ocorreram entre 23h de quarta-feira (29/3) e 6h de quinta (30/3).

Também conhecidos como sprites, os "raios vermelhos" são um fenômeno luminoso transitório, que ocorre na alta atmosfera, e que aparecem como raios nas colorações vermelha, alaranjada ou rosa, sendo acompanhados de pulsos de luz e corrente elétrica.

"Os sprites são produzidos pela interação entre as descargas elétricas das tempestades e a ionosfera superior da Terra. Eles são relativamente raros e difíceis de serem observados, pois ocorrem a altitudes de cerca de 50 a 90 km acima da superfície da Terra e duram apenas alguns milissegundos", escreveu o astrônomo amador Jocimar Justino, no Instagram.

Ainda segundo ele, esse fenômeno é relativamente novo em termos de descoberta e estudo científico. "Hoje, os sprites são considerados uma importante área de pesquisa em física atmosférica e são um dos muitos mistérios fascinantes do nosso planeta e do universo em que vivemos", explicou.

Nasa explica raridade 

Segundo a Nasa, Sprites são um dos fenômenos elétricos menos compreendidos na atmosfera superior da Terra. "Ocorrem a cerca de 80 quilômetros de altitude, bem acima das tempestades. Eles aparecem momentos depois de um raio – um súbito flash avermelhado que pode assumir uma variedade de formas, muitas vezes combinando plumas difusas e tentáculos brilhantes e espinhosos. Alguns sprites tendem a dançar sobre as tempestades, ligando e desligando um após o outro. Muitas perguntas sobre como e por que eles se formam permanecem sem resposta."

Relatos de sprites datam de centenas de anos, mas o primeiro foi registrado apenas em 1989. De acordo com a agência espacial americana, os cientistas da Universidade de Minnesota apelidaram esses eventos indescritíveis de “sprites” como uma referência a criaturas míticas semelhantes a fadas do folclore europeu.

Assim, há ainda muito o que saber sobre o fenômeno, jpa que não temos conhecimentos ainda sobre a sua frequência, porque eles assumem as formas que assumem, que condições na atmosfera superior os provocam, qual a contribuição deles para a energia na atmosfera terrestre, entre outros questionamentos.

Para tentar monitorar os sprites e responder a essas questões, a Nasa lançou em 2022 um projeto de ciência cidadã chamado Spritacular, para estudar os "raios vermelhos" e outros eventos luminosos transitórios (TLEs).

Em entrevista divulgada no site da Nasa, na ocasião, Burcu Kosar, físico espacial do Goddard Space Flight Center da Nasa, em Greenbelt, Maryland e principal investigador do programa colaborativo, afirmou que “as pessoas capturam imagens maravilhosas de sprites, mas elas são compartilhadas esporadicamente pela internet e a maioria da comunidade científica não tem conhecimento dessas capturas,” disse . “A Spritacular preencherá essa lacuna criando o primeiro banco de dados colaborativo de sprites e outros TLEs que é acessível e prontamente disponível para pesquisa científica."

Se você for uma testemunha sortuda do fenômeno, como o astrônomo brasileiro, pode criar uma conta aqui e enviar suas fotos e detalhes para Spritacular.

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