Crime

Pai de santo é preso em BH suspeito de estuprar três enteadas menores

Polícia investiga outros casos. Preso nesta quarta-feira, religioso disse ser um pai de santo poderoso e que nunca seria preso, segundo apurado na investigação

Bruno Luis Barros - Estado de Minas
postado em 06/04/2023 11:03
 (crédito:  Cristiano Gomes/CB/D.A Press)
(crédito: Cristiano Gomes/CB/D.A Press)

Suspeito de cometer crimes sexuais, um pai de santo de 59 anos foi preso pela Polícia Civil, nesta quarta-feira (5/4), durante a operação Canto da Sereia, em Ribeirão das Neves, na Grande BH. O homem, que atuava em um terreiro de Candomblé, no bairro Jaqueline, em Belo Horizonte, aproveitava-se da religião para "caçar" suas vítimas.

Entre elas estão três enteadas do suspeito, que procuraram o Departamento Estadual de Investigação, Proteção e Orientação à Família (Defam) para denunciar os casos. Uma delas relatou à mãe que, em 2019, à época com 18 anos, o pai de santo e padrasto a estuprou, mas a mulher não acreditou. Indignada, a jovem fugiu de casa.

Neste mês, a filha de 15 anos também contou à mãe que, assim com a irmã, foi abusada pelo homem. Os estupros teriam começado quando ela tinha 8 anos. A partir daí, a mulher acreditou nas filhas. Uma terceira enteada também acabou denunciando os abusos. Logo, as investigações tiveram início em 23 de março.

Outras vítimas

No entanto, várias outras vítimas, entre mulheres e adolescentes, estão no radar da polícia. A delegada Larissa Mayerhofer explicou que o homem se valia do posto religioso e de intimidações para cometer os crimes. Diante de “fortes indícios”, ele foi preso preventivamente e encaminhado ao sistema prisional depois de ser localizado na casa de uma pessoa conhecida em Ribeirão das Neves, de onde planejava fugir.

“O investigado admitiu a prática das relações sexuais, mas alegou que elas foram consensuais. Essas pessoas iam até ele [no terreiro] para procurar uma cura para alguma enfermidade física ou aconselhamento espiritual. Durante as sessões, ele as molestou. Esse homem colocava um temor reverencial e dizia às vítimas que nunca seria preso. Intimidadas, muitas não fizeram denúncia”, afirmou a delegada.

O delegado Eduardo Vieira, chefe da Divisão Especializada em Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente, pontuou que crimes como esse acontecem em qualquer religião, sendo fundamental levar o caso ao conhecimento da polícia. “É importante denunciar. Estamos aguardando [na delegacia] toda e qualquer vítima. A Polícia Civil está pronta para fazer o acolhimento”, destacou.

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