AMAZÔNIA

"Vale dos isolados": documentário sobre Bruno e Dom estreia hoje

Durante 100 dias, 16 veículos de imprensa do mundo estiveram no Vale do Javari. Bruno e Dom eram defensores da Amazônia e foram assassinados

Aline Gouveia
postado em 02/06/2023 12:25 / atualizado em 02/06/2023 12:28
 (crédito:  Ed Alves/CB)
(crédito: Ed Alves/CB)

Passado quase um ano da morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, a região do Vale do Javari, no Amazonas, ainda vive sob insegurança. E com o intuito de retratar a realidade dos habitantes do local, o documentário Vale dos isolados estreia nesta sexta-feira (2/6), na Globoplay. O trabalho é fruto de um consórcio de 16 veículos de imprensa do mundo todo. Os jornalistas ouviram lideranças indígenas, amigos de Bruno e Dom, autoridades e pescadores ilegais durante 100 dias.

Defensores da Amazônia, Bruno e Dom desapareceram em 5 de junho do ano passado. Os restos mortais dos dois foram encontrados 10 dias depois. Bruno denunciava atividades ilegais da região, como a pesca, mineração e exploração de madeira. E o jornalista Dom acompanhava o trabalho do indigenista para o livro Como salvar a Amazônia, que estava escrevendo. Por isso, o documentário, dirigido pela jornalista Sônia Bridi, é visto como uma continuidade do trabalho de Bruno e Dom.

"Há quase um ano, o jornalista do The Guardian Dom Phillips e o indigenista brasileiro Bruno Pereira foram assassinados. Morreram por tentar nos informar sobre os crimes daqueles que estão sufocando o 'pulmão' do mundo. No entanto, os assassinos de Bruno e Dom não impedirão que a informação continue a ser divulgada. Matar o mensageiro não matará a mensagem", afirma o consórcio Forbidden Stories.

"Nos últimos anos, os crimes ambientais têm sido um dos assuntos mais perigosos para os jornalistas relatarem. Segundo os Repórteres Sem Fronteiras, dois jornalistas são mortos em média a cada ano por seu trabalho em desmatamento, mineração ilegal, predação de terras, poluição e outros assuntos ligados às indústrias extrativas. Os defensores do meio ambiente, por sua vez, também estão no olho do furacão. De acordo com um relatório da Global Witness, 1.700 deles foram mortos entre 2010 e 2020", acrescentou a organização.

Ato em memória de Bruno e Dom

A Universidade de Brasília (UnB) receberá, na segunda-feira (5/6), artistas, autoridades e lideranças indígenas para lembrar o marco de 1 ano da morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. Com a presença de artistas, como Chico César, e lideranças do Vale Javari, a exemplo de Beto Marubo e Eliésio Marubo, a homenagem ocorrerá no Centro de Convivência Multicultural dos Povos Indígenas da UnB, conhecido como Maloca, às 16h. O evento será aberto ao público.

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