
A Polícia Federal faz buscas na última terça-feira (6/6), em investigação que atribui ao desembargador Jorge Luiz de Borba, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), e à sua mulher suspeita de manter uma trabalhadora doméstica em condição análoga à escravidão há pelo menos 20 anos.
O desembargador possui pós-graduação em direito do trabalho e está à frente da 1ª Câmara de Direito Público do TJ de SC, que trata de julgamentos trabalhistas. O magistrado tomou posse no tribunal em junho de 2008, depois de advogar por 28 anos.
Natural de Blumenau e graduado pela Universidade Regional de Blumenau (SC), o desembargador recebeu o título de cidadão emérito da cidade, “em razão dos relevantes serviços prestados à coletividade blumenauense” em 2017. Foi professor universitário e presidente da subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no município do Vale do Jataí em 1991.
O Ministério Público Federal (MPF) informou que a ação na casa do desembargador foi motivada por uma investigação que apura "indícios da prática criminosa" após relatos de "trabalho forçado, jornadas exaustivas e condições degradantes"
Em nota, divulgada à imprensa, o desembargador negou as acusações e disse que a mulher foi mantida na casa como um "ato de amor". De acordo com ele, a mulher vivia na casa como membro na família "tendo recebido sempre tratamento igual ao dado aos nossos filhos".
Confira a nota do desembargador divulgada à imprensa:
Nota de Esclarecimento
Venho manifestar surpresa e inconformismo com o ocorrido, antecipando, desde logo, que aquilo que se cogita, infundadamente, como sendo “suspeita de trabalho análogo à escravidão”, na verdade, expressa um ato de amor. Haja vista que a pessoa, tida como vítima, foi na verdade acolhida pela minha família.
Trata-se de alguém que passou a conviver conosco, como membro da família, residindo em nossa casa há mais de 30 anos, que se juntou a nós já acometida de surdez bilateral e muda, tendo recebido sempre tratamento igual ao dado aos nossos filhos.
Embora irresignado, confio serenamente na justa elucidação dos fatos, certo de que, quem faz o bem não pode ser penalizado. Colocamo-nos à disposição de todos, posto que dispomos de elementos suficientes para comprovar a dignidade dos nossos propósitos, que foram, são e serão exclusivamente humanitários, de amor ao próximo.
Saiba Mais
Brasil
Mulher resgatada em casa de desembargador usa 'linguagem própria'
Brasil
Manifestações indígenas contra o marco temporal fecham rodovias no país
Brasil
Lotérica mantém atendimento mesmo com homem morto no chão
Brasil
Painel com dados sobre gripe aviária é lançado: 24 casos confirmados
Brasil
Prefeito de SP quer prisão de agente GCMs suspeitos de extorquir comércio
Brasil
Brasil sedia lançamento de conselho global de combate ao HIV
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.