FUGA

Fugitivos de presídio de Mossoró não saíam da cela há cinco meses

Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça estavam presos sob Regime Disciplinar Diferenciado, que é quando o detento fica em cela individual

 Penitenciária Federal de Mossoró, na região Oeste do Rio Grande do Norte. -  (crédito:  Divulgação/OAB/RN)
Penitenciária Federal de Mossoró, na região Oeste do Rio Grande do Norte. - (crédito: Divulgação/OAB/RN)
postado em 18/02/2024 14:01

Os detentos que fugiram da Penitenciária Federal de Segurança Máxima em Mossoró (RN), na quarta-feira (14/2), não saíam das celas onde estavam presos há cinco meses. A informação foi passada pelo juiz-corregedor do presídio de Mossoró, Walter Nunes, em entrevista à imprensa nesta semana.

Esse isolamento na cela por 150 dias ocorreu porque Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça estavam no presídio federal sob Regime Disciplinar Diferenciado, que é quando o preso fica em cela individual, passa por limitações relacionadas a visitas e não tem direito ao banho de sol.

Nascimento e Mendonça foram transferidos para a penitenciária de Mossoró em setembro de 2023, após participarem de uma rebelião no presídio Antônio Amaro, que resultou na morte de cinco detentos, três deles decapitados. Essa rebelião teve a ver com brigas de facções criminosas.

Os dois criminosos que escaparam, Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, são ligados ao Comando Vermelho e respondem a mais de 30 processos de homicídio, roubo, tráfico de drogas e participação em organizações criminosas. 

Como foi a fuga em Mossoró

De acordo com Walter Nunes, o fato de os presos estarem sob RDD os impossibilitava de acessar objetos como barras de ferro, que seriam usada para fazer um buraco na parede capaz de ser abrir um rota para a fuga. "Buracos encontrados nas paredes das duas celas só puderam ser feitos com as barras de ferro", disse o juiz federal. 

Ainda sobre o acesso a objetos de ferro, Walter Nunes reforçou a suspeita de que "alguém" entregou as barras aos dois presos. Rogério e Deibson estavam em celas individuais, porém vizinhas, separadas apenas por uma parede. A suspeita é que os dois tinham ferramentas (como barras de ferro e marretas) que foram usadas para abrir as paredes e conseguiram manter contato para agirem em sintonia.

De acordo com informações do colunista do UOL Josmar Jozino, um fonte ligada à Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) disse que Nascimento e Mendonça, ao conseguirem sair da cela, se dirigiram ao alambrado do presídio, onde há uma cerca elétrica. O equipamento, porém, estava desativado. 

Os fugitivos então, cortaram o arame com um alicate por volta das 3h37 de quarta. Ainda segundo o jornalista Josmar Jozino, uma das câmeras de segurança da penitenciária filmou o momento em que Deibson e Rogério saíram do presídio.

Buscas dos criminosos

Após a fuga dos criminosos, toda a diretoria do presídio federal de segurança máxima do Mossoró foi afastada. As buscas dos criminosos é feita por 100 integrantes da Polícia Federal, 100 agentes da Polícia Rodoviária Federal, 100 agentes das forças policiais locais (civil e militar), três helicópteros, drones e cães farejadores fazem parte da equipe empenhada em recapturar os fugitivos.

Um raio de 15 quilômetros ao redor do presídio está sendo vasculhado por agentes de segurança. As buscas agora se concentram em uma área em que foram encontradas pegadas e peças de roupa. Até a publicação desta reportagem (17/2), os fugitivos ainda não foram encontrados.

 

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