INVESTIGAÇÃO

Marielle: assassinato pode estar ligado a expansão territorial da milícia

Vereadora lutava por moradias populares. Irmãos Brazão e ex-chefe da Polícia Civil do Rio foram presos suspeitos de serem os mandantes da morte de Marielle

A motivação do assassinato de Marielle, segundo os investigadores, pode estar atrelado ao embate da ex-parlamentar com a milícia coordenada pelo clã Brazão -  (crédito: Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio)
A motivação do assassinato de Marielle, segundo os investigadores, pode estar atrelado ao embate da ex-parlamentar com a milícia coordenada pelo clã Brazão - (crédito: Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio)
postado em 24/03/2024 08:32 / atualizado em 24/03/2024 08:33

Os investigadores da Polícia Federal prenderam três suspeitos de serem os mandantes da morte da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ) e de seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018. A motivação, segundo os investigadores, pode estar atrelado ao embate da ex-parlamentar com a milícia coordenada pelo clã Brazão.

Foram presos, todos no Rio de Janeiro, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão, o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio. Os três suspeitos serão interrogados ainda neste domingo (24/3), na superintendência da PF, no Rio de Janeiro.

O clã Brazão coordena Jacarepaguá, zona oeste carioca, região dominada por grupos paramilitares. Domingos Frazão já chegou a ser citado na CPI das Milícias, em 2008.

A PF trabalha com outras teses, mas a expansão territorial e questões fundiárias são as informações que mais ganham força. Os investigadores conseguiram chegar nos três nomes após a homologação da delação do ex-policial militar e assassino confesso da ex-vereadora, Ronnie Lessa, além de provas coletadas pelos investigadores antes de Ronnie topar falar.

Delação

A delação foi homologada na terça-feira (19/3), no Supremo Tribunal Federal (STF), por um juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes – relator do caso. O Correio apurou, junto a investigadores da Polícia Federal, que Lessa revelou que os irmãos Brazão o contrataram para executar o assassinato.

A delação foi homologada na terça-feira (19/3), no Supremo Tribunal Federal (STF), por um juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes – relator do caso. O Correio apurou, junto a investigadores da Polícia Federal, que Lessa revelou que os irmãos Brazão o contrataram para executar o assassinato.

O conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Inácio Brazão, irmão de Chiquinho, também já teve o nome citado como mandante do assassinato da vereadora, segundo o site The Intercept Brasil.

Em outubro do ano passado, o ex-policial militar Élcio Queiroz – o primeiro acusado a assumir a coparticipação no assassinato – citou Brazão em delação, o que fez com que o caso fosse remetido ao STJ e, posteriormente, ao STF.

O caso tramita em segredo de Justiça. Em janeiro, em entrevista a rádio CBN, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, informou que o caso envolvendo a morte da vereadora e do motorista terá desfecho ainda no primeiro semestre deste ano.

“Esse é um desafio que a PF assumiu no ano passado. Estamos há menos de um ano à frente dessa investigação, de um crime que aconteceu há cinco anos, mas com a convicção de que ainda nesse primeiro trimestre a Polícia Federal dará uma resposta final do Caso Marielle”, disse.

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