SÃO PAULO

Pai que matou a filha cumpria pena em regime aberto por bom comportamento

O homem dormiu com o corpo da jovem em casa e saiu para trabalhar na manhã seguinte

Wellington era pai de sete filhos, um deles Rayssa Santos da Silva Rosas -  (crédito: Reprodução/Polícia Civil de SP/Reprodução redes sociais)
Wellington era pai de sete filhos, um deles Rayssa Santos da Silva Rosas - (crédito: Reprodução/Polícia Civil de SP/Reprodução redes sociais)
postado em 29/03/2024 10:52 / atualizado em 29/03/2024 11:04

Wellington da Silva Rosas, de 39 anos, que confessou a morte da filha, Rayssa Santos da Silva Rosas, de 18 anos, em São Paulo, cumpria pena em regime aberto por roubo e tráfico de drogas. Ele obteve o benefício após apresentar “bom comportamento” na cadeia e passar pelo exame criminológico.

O pai asfixiou a filha, queimou seu corpo e depois atirou no vão de um asfalto após a menina defender a mãe na separação.

Wellington foi condenado em 2017 a 18 anos de prisão por três assaltos violentos e tráfico de entorpecentes. Ele estava preso no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Tremembé, no interior paulista, onde apresentava o bom comportamento.

No primeiro semestre de 2023, Wellington obteve a progressão de pena para o regime aberto, depois que passou pelo exame criminológico.

O g1 teve acesso às informações do resultado do teste que convenceu a Justiça a colocar Wellington na sociedade novamente. De acordo com o documento, o homem estava arrependido "pelos danos que causou" e que seus "níveis de agressividade e impulsividade" estavam "sob controle". Além disso, ele apresentava "boa tolerância à frustração".

As análises foram feitas pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), responsável por administrar os presídios paulistas. Desse modo, o Ministério Público (MP) e a Justiça entenderam que Wellington poderia voltar ao convívio social.

O caso

Wellington era pai de sete filhos, um deles Rayssa Santos da Silva Rosas, que foi assassinada quando visitou o pai. De acordo com a polícia, ele confirmou que matou a filha após uma discussão sobre a mãe dela.

Ele alegou aos policiais que ficou com raiva da garota por acreditar que foi ela quem convenceu a esposa a se separar dele. E que Rayssa teria incentivado a mãe a começar a se envolver com outros pretendentes.

O homem teria asfixiado Rayssa na noite de domingo (24/3), em seguida, dormiu com o corpo no seu apartamento. No dia seguinte acordou, foi trabalhar e de noite tirou o corpo do imóvel.

A câmera de vigilância do edifício onde Wellington morava gravou o momento em que o acusado saiu com o corpo da filha dentro de uma caixa em um carrinho de transporte. Na rua, o acusado disse ter pedido a um andarilho para incendiar o cadáver, por R$ 10, dentro de um buraco na Avenida 23 de Maio.

Na segunda-feira, sem a volta da filha, a mãe foi a delegacia onde registrou um boletim sobre o desparecimento.

Na terça-feira (26/3), a Polícia Militar foi acionada por testemunhas que viram um corpo carbonizado numa cratera da Rua Asdrubal do Nascimento, na República. O local foi isolado para o trabalho da perícia da Polícia Técnico-Científica, que recolheu o cadáver e identificou a vítima.

Wellington Rosas foi preso em flagrante por destruição de cadáver. Ele também responderá pelo crime de homicídio triplamente qualificado, por asfixia, impedir a defesa da vítima e por feminicídio. 

O DHPP pediu à Justiça a conversão da prisão em flagrante de Wellington em preventiva, o que ocorreu durante a audiência de custódia na quarta-feira (27/3).

Confira a nota da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

"Um homem, de 39 anos, foi preso pela morte de sua filha, de 18 anos, ocorrida na manhã desta terça-feira (29), na Avenida Asdrúbal do Nascimento, na região central de São Paulo. Policiais civis tomaram conhecimento da autoria do crime que teria ocorrido naquela manhã, e iniciaram diligências para prender o suspeito. O homem foi localizado pela Polícia Militar na Vila Maria, zona norte da capital, onde foi preso. Ele foi conduzido ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde confessou o crime e foi reconhecido por uma das testemunhas."

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