HISTÓRICO

Ailton Krenak toma posse na ABL nesta sexta (5/4); assista

Novo imortal é o primeiro indígena a ocupar uma cadeira na Academia e ocupa a cadeira nº 5, que já foi de Rachel de Queiroz, primeira mulher na ABL

Ailton Krenak com fardão da Academia Brasileira de Letras -  (crédito: Divulgação/André Feltes)
Ailton Krenak com fardão da Academia Brasileira de Letras - (crédito: Divulgação/André Feltes)
postado em 05/04/2024 19:09

A Academia Brasileira de Letras (ABL) está prestes a viver um dos momentos mais marcantes em mais de 120 anos de história. A posse do escritor indígena Ailton Krenak ocorre nesta sexta-feira (5/4), às 20h, em cerimônia no Petit Trianon, sede da ABL, no Rio de Janeiro. A solenidade, exclusiva para convidados, vai ter transmissão ao vivo pelo YouTube da academia. Acompanhe:

Ailton Krenak é o primeiro indígena a se tornar um imortal na ABL. O novo integrante foi eleito em outubro de 2023 com 23 votos, em uma campanha em que também concorreu um parente, o escritor Daniel Munduruku, que teve quatro votos. A historiadora Mary Del Priore foi a segunda colocada, com 11 votos.

Escritor e ativista, Krenak vai ocupar a cadeira nº 5, antes ocupada pelo historiador José Murilo de Carvalho, que morreu em agosto de 2023, aos 84 anos. O lugar já pertenceu à escritora Rachel de Queiroz, primeira mulher a ingressar na ABL, de 1977 a 2003, e ao médico Osvaldo Cruz, de 1912 a 1917.

Nascido em Itabirinha (MG), na região do Vale do Rio Doce, o intelectual é autor das obras Ideias Para Adiar o Fim do Mundo, A Vida Não é Útil e Futuro Ancestral, lançadas pela Companhia das Letras. O ativista teve ainda papel fundamental na participação dos povos originários na Constituinte, em 1988.

Anistia

Atualmente, o escritor reside na Reserva Indígena Krenak, em Resplendor (MG). Os krenak e os guarani-kaiowá foram anistiados na última terça-feira (2/4) pelas perseguições sofridas durante a ditadura militar.

Na sessão da Comissão de Anistia, a presidente da comissão, Eneá Almeida, ajoelhou-se e pediu desculpas aos krenak em nome do Estado brasileiro. "Peço desculpas não apenas pelo que ocorreu durante a ditadura, mas por tudo o que ocorreu nesses 524 anos", pediu à matriarca do povo, Djanira Krenak. Confira o momento:

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação