PODCAST DO CORREIO

Aumento de CACs fez crescer violência contra mulher, diz diretora do Instituto Sou da Paz

"Existem leis que estabelecem que a arma precisa ser aprendida do agressor em casos de violência doméstica. Esse tipo de lei precisa ser aplicada, para tirar a arma do contexto de violência doméstica", frisou Carolina Ricardo, em entrevista ao Correio

Para Carolina, o caminho para o enfrentamento da situação não é dar uma arma à mulher.
Para Carolina, o caminho para o enfrentamento da situação não é dar uma arma à mulher. "A arma ali é um fator de risco, ela pode potencializar a violência em muitos casos" - (crédito: wanderlei pozzembom/Cb/DAPress)

A facilitação do porte de arma pelo sistema de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) fez com que qualquer tipo de pessoa pudesse ter acesso a armas. "E a arma de fogo aqui (no Brasil) tem um papel muito relevante na violência". Quem diz é a diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, que participou do Podcast do Correio, em entrevista aos jornalistas Evandro Éboli e Sibele Negromonte, do Correio Braziliense.

“O que a gente começou a ver no país foi o aumento da violência contra a mulher. Nós fizemos uma pesquisa que mostrou que, nos últimos cinco anos, cresceu o número de mulheres mortas nas suas casas por arma de fogo”, aponta. Ainda no entendimento de Carolina, o desafio da segurança pública se estende por diversos fatores relevantes que rodeiam o uso de armas.

 

Segundo ela, não só a violência letal aumenta, como também a violência moral e sexual. Para a especialista, porém, o caminho para o enfrentamento da situação não é dar uma arma à mulher. “Ela tem que se empoderar de outra forma. A arma ali é um fator de risco, ela pode potencializar a violência em muitos casos e levar a uma violência letal”, complementa a diretora.

“A gente não quer dizer que a arma processual é um monstro, mas ela, nesse conjunto, agrava a violência”, explica a entrevistada.

Carolina reitera que é necessário ter discussões por regras e leis mais eficientes sobre o assunto. “Existem leis que estabelecem que a arma precisa ser aprendida do agressor em casos de violência doméstica. Esse tipo de lei precisa ser aplicada, para tirar a arma do contexto de violência doméstica”, acrescenta.

Na entrevista ao Correio, Carolina ainda elenca temas como a movimentação do assunto do porte de armas no Congresso, a situação da segurança pública no Brasil e em São Paulo, o desvio de armas e como a pauta pode ser em meio às próximas eleições.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 29/04/2024 18:32 / atualizado em 30/04/2024 09:05
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação