AVIAÇÃO CIVIL

'Medo real': Médica narra susto com caça da FAB em voo para Goiás

Durante voo particular de São Paulo a Anápolis, um caça F-5 da FAB se aproximou da aeronave em procedimento padrão de interceptação aérea, registrado por passageira

Um voo particular que decolou do Aeroporto Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo, com destino a Anápolis (GO), viveu um momento inesperado na tarde de terça-feira (23/12). Durante o trajeto, um caça F5 da Força Aérea Brasileira (FAB) se aproximou da aeronave, situação registrada por uma das passageiras.

As imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o caça voando muito próximo ao avião, o que causou apreensão a bordo. O episódio surpreendeu os passageiros, que inicialmente não compreenderam o motivo da manobra.

Entre eles estava a médica Stephanie Rizk, moradora de São Paulo, que relatou o susto ao perceber a presença da aeronave militar. “Foi por volta das 14h19. Me deu medo real. Achávamos que era simulação, mas depois foi explicado que era interceptação. Parecia cena de filme. O avião era um King Air, e eu não sabia o que se passava, se tinham confundido, se tinham nos visto. Falei: ‘Só o que me faltava morrer assim’”, contou.

Ao g1, o comandante do avião explicou que a aproximação fazia parte de um procedimento padrão de interceptação aérea, realizado para checagem de informações da aeronave. Segundo ele, trata-se de uma prática comum. “É como se fosse uma blitz de carro, porém aérea. O procedimento foi executado com maestria pela FAB e com toda a segurança. Se não avisássemos os passageiros, eles nem perceberiam. Após minha identificação, fui questionado quanto à procedência, o destino e a intenção de voo. Como tudo estava de acordo, a FAB nos deixou prosseguir. Para quem faz tudo certinho, é sempre um privilégio poder voar em ala com um F5”, afirmou o piloto Francisco Carlos Miralles, que atua na aviação desde 2011.

O comandante também detalhou como percebeu a presença do caça. “Eu penso que, inicialmente, a nossa interceptação seria uma interceptação discreta, porque ele ficou um tempo voando embaixo da gente. Mas, como eu percebi que poderia ter alguma coisa muito embaixo da gente, ou que o nosso equipamento estava indicando um erro embaixo da aeronave, o que pode acontecer, resolvi fazer uma curva pela esquerda para fazer o que a gente chama de um 360, para dar uma olhada por baixo. E, para minha surpresa, tinha lá um F-5. Aí a gente começou todo o procedimento de interceptação”, explicou.

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De acordo com a Força Aérea Brasileira, esse tipo de ação segue um protocolo rigoroso. O processo começa com a detecção de uma aeronave não identificada ou considerada suspeita dentro da Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA). Inicialmente, o controle de tráfego aéreo — civil ou militar — tenta estabelecer comunicação para confirmar identidade e intenções do voo.

Caso não haja resposta, ou se as informações fornecidas não forem satisfatórias, caças interceptadores são acionados para realizar a identificação visual. A FAB informou ainda que o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) é responsável pelo planejamento, coordenação e execução dessas ações, conduzindo os meios aéreos necessários para identificação, coerção ou detenção de tráfegos que sobrevoam o território nacional.

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