O hábito de dormir com uma luz acesa, seja um abajur, televisão ou até mesmo a luz do corredor, é comum em diferentes faixas etárias. Muitas pessoas recorrem a essa prática buscando uma sensação de segurança ou para aliviar o medo do escuro. No entanto, especialistas em comportamento humano e sono têm chamado atenção para os possíveis impactos negativos dessa escolha sobre a saúde.
De acordo com estudos recentes, a exposição à luz artificial durante o período noturno pode interferir no funcionamento do relógio biológico, conhecido como sistema circadiano. Esse sistema regula o ciclo de sono e vigília, sendo influenciado principalmente pela presença ou ausência de luz. Quando há iluminação durante a noite, o cérebro pode receber sinais equivocados, dificultando o início e a manutenção de um sono profundo.
Por que dormir com luz acesa pode prejudicar o sono?
Especialistas explicam que a principal consequência de dormir com luz acesa está relacionada à produção de melatonina, o hormônio responsável por induzir o sono. A luz, mesmo em baixa intensidade, pode reduzir significativamente a liberação dessa substância, tornando o sono mais leve e fragmentado. Em situações em que a pessoa se levanta durante a noite e acende uma luz, a produção de melatonina pode ser interrompida por vários minutos, dificultando o retorno ao estado de descanso.
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Quais são os riscos para a saúde ao dormir com luz acesa?
Manter uma fonte de luz ligada durante o sono pode desencadear uma série de consequências para o organismo. Entre os principais riscos apontados por profissionais da área de saúde, destacam-se:
- Sono superficial: A qualidade do descanso é comprometida, com maior ocorrência de despertares ao longo da noite.
- Dificuldades cognitivas: Problemas como falta de atenção, lapsos de memória e dificuldade de concentração podem surgir devido ao sono não reparador.
- Risco aumentado de acidentes: O cansaço e a sonolência diurna elevam as chances de acidentes domésticos, de trânsito ou no ambiente de trabalho.
- Associação com doenças crônicas: Estudos apontam ligação entre o sono inadequado e condições como obesidade, doenças cardiovasculares e transtornos mentais.
- Possível relação com doenças neurodegenerativas: Pesquisas sugerem que a privação de sono profundo pode estar relacionada ao desenvolvimento de doenças como Alzheimer e Parkinson, especialmente em adultos de mais idade ou com predisposição genética.

Por que algumas pessoas preferem dormir com luz acesa?
O motivo para manter uma luz ligada durante a noite pode variar conforme o perfil de cada indivíduo. Entre as razões mais comuns estão:
- Medo do escuro: A luz proporciona sensação de proteção e reduz a ansiedade diante do desconhecido.
- Dificuldade para adormecer: Algumas pessoas utilizam a iluminação como estratégia para evitar pensamentos que atrapalham o início do sono.
- Transtornos do sono: Condições como insônia ou apneia podem levar à busca por conforto através da luz.
- Ansiedade generalizada: A luz funciona como um elemento de contenção emocional.
- Hábito adquirido: Em muitos casos, trata-se de uma prática incorporada desde a infância e mantida ao longo dos anos. Alguns especialistas citam que em grandes cidades, como São Paulo e Nova York, a claridade constante oriunda de iluminação pública pode contribuir para que as pessoas se acostumem a dormir com algum tipo de luz acesa.
Como minimizar os efeitos negativos de dormir com luz acesa?
Para preservar a qualidade do sono, especialistas recomendam manter o ambiente o mais escuro possível durante a noite. Caso seja necessário levantar-se, o ideal é utilizar lanternas de baixa intensidade ou luzes direcionadas ao chão, evitando a exposição direta aos olhos. Pequenas mudanças na rotina, como a adoção de cortinas blackout e a redução do uso de dispositivos eletrônicos como celulares e laptops antes de dormir, também podem contribuir para um descanso mais reparador.
Em 2025, a discussão sobre os impactos da luz artificial no sono segue em destaque entre profissionais da saúde ao redor do mundo. A orientação geral é buscar alternativas que favoreçam a produção natural de melatonina e promovam um ambiente propício ao repouso, reduzindo assim os riscos associados à exposição luminosa durante a noite. Algumas iniciativas, como campanhas em sites de saúde e eventos de conscientização do sono, vêm sendo promovidas em diferentes países para reforçar essa mensagem junto à população.










